Papa classifica incidentes em duelo entre Boca e River como "selvagerias"

O papa Francisco repudiou os incidentes ocorridos no jogo de volta entre Boca Juniors e River Plate pela Taça Libertadores, no estádio La Bombonera, e lamentou o protagonismo de torcedores violentos no futebol argentino, que segundo ele fazem "selvagerias" próprias de pessoas que não sabem viver em sociedade.

"Foi uma pena. São essas selvagerias próprias das pessoas que agem quando transborda a paixão e também a prepotência e a não sociabilidade, a incapacidade de viver em sociedade", declarou o pontífice em entrevista concedida ao jornal "La Voz del Pueblo", da pequena cidade de Tres Arroyos, da província de Buenos Aires, e publicada neste domingo.

"A verdade que é lamentável que em nosso povo existam coisas como as barras bravas, sei que em outros países também existem", acrescentou o pontífice, nascido na Argentina e torcedor do San Lorenzo.

Para Francisco, os barras bravas "não necessariamente lutam pelo clube, a maioria é de mercenários".

O papa lamentou, além disso, que a Argentina seja um país de "oportunidades perdidas", apesar de seus muitos recursos e possibilidades.

No dia 14 de maio, a partida entre Boca e River em La Bombonera, pela Libertadores, foi suspensa depois que os jogadores "millonarios" foram atacados por torcedores "xeneizes" com gás pimenta ao voltarem a campo para o segundo tempo, quando o placar marcava 0 a 0. O episódio causou um escândalo de repercussão internacional e reavivou o debate sobre o problema da violência no futebol argentino.

O Boca Juniors, que havia perdido o duelo de ida por 1 a 0, no estádio Monumental de Núñez, acabou punido pelo caso sendo eliminado da competição. Com isso, o River Plate se classificou para enfrentar o Cruzeiro nas quartas de final.