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Sacchi: "Talento não vem em primeiro, é preciso formar melhor os jogadores"

07/10/2015 14h01

Madri, 7 out (EFE).- Ex-técnico do Milan em seus áureos tempos nos anos 90 e vice-campeão mundial no comando da seleção italiana em 1994, Arrigo Sacchi disse nesta quarta-feira que no futebol "o talento não vem em primeiro", que os treinadores devem "formar melhor os jogadores" e que "o importante é ganhar e fazê-lo apelando ao bom futebol".

Sacchi foi palestrante no último dia do "II Curso de Formação Contínua da Licença Uefa", voltado para técnicos e realizado na Cidade do Futebol de Las Rozas.

"Um jogador tem que amar o futebol, ser trabalhador, honesto, e por último o talento. O talento não vem em primeiro, é preciso formar melhor os jogadores e fazer com que a equipe se movimente como um só homem. O jogador deve saber ler a partida. O importante é ganhar e fazê-lo apelando ao bom futebol", declarou.

Sacchi ressaltou que "o importante no futebol é ter poucas ideias, mas claras", e que "através do jogo e o trabalho se construa o jogador".

"Para ganhar, o importante é a inteligência e o trabalho. Sempre tive claro que o futebol é um esporte de equipe, não é individual", acrescentou.

Antes da palesdtra de Sacchi, os técnicos Toni Jiménez, Juan Carlos Unzué, Germán Burgos e Roberto Ríos participaram de uma mesa-redonda dedicada ao papel do assistente-técnico, uma figura "necessária", que, na opinião do primeiro, "dá ajuda e respaldo", além de "apoiar a liderança do técnico".

"Decidi ser assistente como um desafio positivo ao lado de alguém que respeito e com quem desejo trabalhar. Devemos estar tão atentos quanto aos jogadores como o treinador. É preciso apoiá-lo inclusive quando não estiver de acordo com suas decisões. Uma das últimas hierarquias que existem é a do treinador", afirmou Unzué, que trabalha com Luis Enrique no Barcelona.

O argentino Germán Burgos explicou que sua função ao lado de Diego Simeone no Atlético de Madrid "é transmitir equilíbrio emocional e ajudar a tomar a decisão correta" e destacou a importância de ter "honorabilidade e lealdade".

"É preciso falar com os jogadores, e nesse papel somos importantes para evitar que se criem divisões na relação que depois não poderão ser consertadas. Sempre é preciso dizer a verdade ao treinador, que é quem finalmente toma as decisões", acrescentou.

Toni Jiménez, que no Tottenham é o assistente do argentino Mauricio Pochettino, disse que o técnico precisa de apoio, porque "não pode segurar todo o peso sozinho", especialmente "nos momentos de maior pressão".