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Dirigente do futebol italiano causa polêmica por frases sobre gays e judeus

01/11/2015 12h07

Roma, 1 nov (EFE).- O presidente da Federação Italiana de Futebol (FIGC), Carlo Tavecchio, está no centro de uma polêmica em seu país devido à divulgação, pelo jornal "Il Corriere della Sera", de uma gravação na qual faz declarações depreciativas sobre judeus e homossexuais.

Na gravação, que contém uma conversa de Tavecchio com o jornalista Massimiliano Giacomini, o dirigente pergunta se um antecessor no cargo era gay e, ao ouvir a resposta afirmativa, disparou: "Não tenho nada contra homossexuais, mas os mantenho longe de mim. Eu sou perfeitamente normal".

Além disso, Tavecchio é ouvido reclamando do empresário Cesare Anticoli, do ramo imobiliário, por seu envolvimento com a Lega Nazionale Dilettanti, entidade que administra a Série D e ligas menosres do futebol italiano.

O dirigente se refere a Anticoli como "ebreaccio", expressão considerada pejorativa em referência aos judeus.

"Não tenho nada contra judeus, mas é melhor mantê-los sobre controle," declarou.

Tavecchio se defendeu das declarações em outra entrevista ao mesmo jornal e afirmou ser "vítima de uma chantagem" por parte do jornalista, que decidiu divulgar a gravação agora, apesar de ela ter sido feita em junho, porque não havia percebido na ocasião estas frases.

"Me reuni com uma pessoa que conheço há muito tempo e a quem não concedi, como pedia, financiamento para sua atividade editorial e a possibilidade de utilizar a federação como veículo para obter ajudas europeias", afirmou Tavecchio ao "Corriere".

"Tenho ótimas relações com a comunidade judaica, não só de natureza esportiva, e apoiei a posição de Israel no último Congresso da Fifa", frisou.

Tavecchio foi criticado em várias ocasiões por dar polêmicas declarações.

Em julho de 2014, quando ainda era candidato a presidir a FIGC, ele mostrou dúvidas sobre a supervisão de jogadores africanos no futebol italiano, e se referiu a eles com um comentário xenofóbico.

"A Inglaterra estuda se os jogadores que vão ao país cumprem o profissionalismo necessário. Aqui, por outro lado, chega um 'Opti Poba' que antes comia bananas e agora é titular na Lazio", disse na ocasião.

A declaração, que não o impediu de chegar à presidência da federação italiana pouco depois, lhe rendeu uma sanção por racismo que o impediu de ocupar um posto na Fifa durante seis meses.