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"São" Prass pega pênalti, Palmeiras resiste e vence Rosario Central

03/03/2016 23h51

São Paulo, 3 mar (EFE).- Quase duas décadas depois de ter "canonizado" Marcos, a torcida do Palmeiras vai ganhando um novo "santo" embaixo das traves, o goleiro Fernando Prass, que nesta quinta-feira fechou o gol, com direito a defesa de cobrança de pênalti, e garantiu a vitória sobre o Rosario Central por 2 a 0, pelo grupo 2 da Taça Libertadores.

Foi apenas o segundo jogo, o primeiro no Allianz Parque, mas, ao menos até agora, Prass faz lembrar as atuações do ex-goleiro do time paulista e da seleção brasileira na campanha que levou ao título continental de 1999. O ápice foi a penalidade batida por Marco Ruben, no cantinho direito, na qual o arqueiro usou toda a sua envergadura para evitar o empate.

Os milagres operados pelo camisa 1 deixaram em segundo plano os gols marcados pelos argentinos Cristaldo e Allione, que construíram o placar favorável. Com o triunfo, a equipe anfitriã assumiu a liderança da chave, com quatro pontos, dois a mais que os uruguaios River Plate e Nacional. O Rosario Central segura a lanterna, com um.

O time dirigido pelo ainda pressionado Marcelo Oliveira voltará a campo pela competição continental na próxima quarta-feira, novamente em São Paulo, desta vez para encarar o Nacional.

Para a partida desta quinta-feira, o maior problema do Alviverde foi a ausência do atacante paraguaio Lucas Barrios, que se recupera de lesão muscular. Marcelo Oliveira desta vez escolheu Cristaldo, e não Alecsandro. Na zaga, sem Edu Dracena, quem entrou foi Thiago Martins, e não Róger Carvalho.

No Rosario, o atacante Larrondo, um dos destaques do time, sofreu lesão muscular na perna esquerda e não atuou. Um dos cotados para entrar era Herrera, mas o ex-jogador de Grêmio, Corinthians, Botafogo e Vasco ficou no banco e entrou no intervalo. Ávalo formou dupla de frente titular com Rubén.

Mal a bola rolou e a chuva, que era moderada, ficou forte. Com isso, a partida ganhou ainda mais a chamada "cara de Libertadores", com as disputas físicas e a raça se sobressaindo à parte técnica. A primeira impressão, contudo, não foi essa. Aos sete minutos da etapa inicial, Dudu recebeu de Cristaldo na esquerda, tirou o marcador e chutou buscando o cantinho, mas a bola resvalou no pé da trave e saiu.

O Palmeiras tentava exercer uma pressão inicial, e voltou a incomodar aos nove. Zé Roberto foi ao fundo pela esquerda e levantou para Robinho, que dominou, limpou um defensor, mas, com outros três embaixo da trave, bateu por cima.

Com o gramado molhado, uma boa alternativa era arriscar de longe, mas o Rosario ia fazendo isso errado. Aos 14 minutos, Álvarez soltou a bomba da intermediária e isolou; dois minutos depois, foi a vez de Aguirre falhar. Aos 23, enfim, a bola tomou a direção do gol, na tentativa de Ruben, mas parou na marcação e saiu em escanteio.

O adversário começava a gostar do jogo, e o campeão continental de 1999 respondeu a esse crescimento da melhor maneira possível: com gol. Aos 24 minutos, Dudu acionou Gabriel Jesus na área, e Salazar desarmou, mas foi atrapalhado pela poça de água. Cristaldo então se aproveitou e, aos trancos e barrancos, empurrou para a rede.

O segundo poderia ter acontecido dois minutos depois, mas a arbitragem parou o lance equivocadamente. Gabriel Jesus partiu livre pela esquerda, mas parou porque um impedimento inexistente foi assinalado.

O ataque dos donos da casa se mostrava em sintonia, e uma nova oportunidade apareceu aos 34. Dudu encontrou Cristaldo na área, o argentino driblou Burgos e encheu o pé para fora.

O time visitante trocou os chutes de fora pelos chuveirinhos, mas a defesa alviverde levava a melhor. Aos 41 minutos, Cervi teve cruzamento bloqueado por Lucas; aos 43, Colman mandou diretamente em tiro de meta.

O intervalo não fez bem ao Palmeiras, que recuou muito e deu campo ao adversário. Aos nove minutos, Herrera cruzou e Lucas afastou parcialmente, mas Cervi emendou de primeira e o goleiro defendeu. No rebote, o próprio Cervi tentou de carrinho, mas acertou Prass de maneira faltosa.

Pouco depois, aos 11, o arqueiro alviverde saiu mal no cruzamento, mas se redimiu ao parar a tentativa de Da Campo. E apenas uma prévia do que aconteceria a seguir.

A pressão do Rosario Central era cada vez maior, até que aos 15 minutos Cervi invadiu a área e foi derrubado por Robinho, que entrou de carrinho e cometeu pênalti. Ruben cobrou no cantinho direito, mas Prass se esticou todo e operou mais um de seus milagres.

A defesa empolgou a torcida, mas não serviu para "pilhar" o time paulista, que continuou atrás sendo sufocado. Aos 24, Ruben arrematou da entrada, mas foi travado, e o camisa 1 palmeirense segurou. Um minuto depois, Thiago Martins brigou no corpo com o próprio Ruben e afastou de carrinho, mas quase marcou contra.

A noite não era mesmo de Ruben, que desperdiçou mais uma chance de maneira incrível. Cervi enfiou na medida para o camisa 9, que fez a cavadinha para encobrir Prass, mas exagerou na força e colocou na parte superior da rede, aos 28.

Passados 36 minutos na segunda etapa, o Palmeiras enfim deu as caras no campo de ataque. Rafael Marques, que substituiu Cristaldo, partiu com liberdade pelo meio, mas pegou mal, sem força, e facilitou o trablho do goleiro Sosa.

Prass precisou estar atento até o fim, e não comprometeu. Na base do abafa, aos 46, a bola foi de um lado para o outro na área até Musto arrematar e o goleiro cair para segurar.

O alívio para a torcida da casa veio apenas instantes antes do apito final, aos 48 minutos. Rafael Marques puxou contra-ataque e, mesmo cercado por três, teve paciência para esperar o momento certo e adiantar para Allione, que invadiu a área, limpou e tocou com categoria na saída de Sosa para fazer 2 a 0.



Ficha técnica:.

Palmeiras: Fernando Prass; Lucas, Thiago Martins, Vitor Hugo e Zé Roberto; Thiago Santos (Arouca), Jean e Robinho (Allione); Dudu, Gabriel Jesus e Cristaldo (Rafael Marques). Técnico: Marcelo Oliveira.

Rosario Central: Sosa; Salazar, Burgos (Herrera), Pínola e Álvarez; Musto, Colman (Protti), Da Campo (Lo Celso) e Cervi; Ávalo e Rubén. Técnico: Eduardo Coudet.

Árbitro: Enrique Cáceres (Paraguai), auxiliado pelos compatriotas Carlos Cáceres e Milciades Saldívar.

Cartões amarelos: Thiago Santos, Robinho e Allione (Palmeiras); Burgos (Rosario Central).

Gols: Cristaldo e Allione (Palmeiras).

Estádio: Allianz Parque, em São Paulo.