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Panamá Papers: Documentos comprovariam propinas a dirigentes da Conmebol

O paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Conmebol - Jorge Saenz / AP
O paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Conmebol Imagem: Jorge Saenz / AP

Da EFE

De Assunção

03/04/2016 19h08

Os documentos da empresa panamenha Mossack Fonseca revelados neste domingo, comprovariam supostos pagamentos de suborno do ex-presidente da Conmebol, o paraguaio Nicolás Leoz, e outros dirigentes do alto escalão da entidade.

De acordo com a apuração do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, que reúne diversos veículos de imprensa do mundo, a Conmebol vendeu por cerca de US$ 98 milhões (R$ 348,2 milhões), os direitos de transmissão em TV da Taça Libertadores, referente ao período de 2008 a 2018, após terem sido destinados grandes somas em propinas para dirigentes.

Leoz, que ficou a frente da entidade entre 1986 e 2013, o ex-secretário-geral, o argentino Eduardo Deluca, entre outros integrantes da diretoria, receberam garantia de pagamentos por 20 anuais pelo prazo de 20 anos.

Os arquivos da Mossack Fonseca dão mais detalhes da operação de comercialização dos direitos de transmissão, que foram assinados por Leoz e Deluca com diversas empresas, e que a justiça dos Estados Unidos considerou parte de um esquema de suborno.

Leoz, de 87 anos, está em prisão domiciliar no Paraguai, aguardando definição sobre o pedido de extradição para o território americano. Deluca, de 75 anos, é considerado procurado internacionalmente, e já solicitou pedido de prisão domiciliar.

Os documentos da empresa panamenha também envolvem outros dirigentes do futebol sul-americano, como o também ex-presidente da Conmebol, o uruguaio Eugenio Figueredo, sucessor de Leoz, que está em prisão preventiva em Montevidéu, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.

Os nomes de Jérome Valcke, ex-secretário-geral da Fifa, e de Michel Platini, presidente suspenso da Uefa, também constam na lista da Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e patrimônios, que supostamente ajuda na criação de empresas de fachada.

Entre os clientes da empresa, ainda estariam o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o da Argentina, Mauricio Macri, assim como jogador de futebol argentino Lionel Messi, a irmã do rei Don Juan Carlos, da Espanha, Dona Pilar de Borbón, e o diretor de cinema espanhol Pedro Almodóvar.

Segundo as informações divulgadas hoje, a Mossack Fonseca comunicou aos seus clientes que "infelizmente" foi alvo de um ataque cibernético, e que as informações que mantém poderiam ter sido comprometidos.