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Fila continua! Chile repete 2015, bate Argentina nos pênaltis e é bicampeão

27/06/2016 00h16

East Rutherford (EUA), 27 jun (EFE).- Com direito a falha de Lionel Messi "a la Roberto Baggio" na marca fatal, o Chile voltou a vencer a Argentina nos pênaltis, desta vez por 4 a 2 e após empate sem gols no tempo regulamentar, e conquistou neste domingo seu segundo título consecutivo da Copa América.

No Metlife Stadium, em East Rutherford, nos Estados Unidos, a 'Roja' manteve a 'Albiceleste' em incômodo jejum. O último troféu de uma das maiores potências do futebol mundial foi levantado em 1993, também no torneio continental. Desde então, já são sete derrotas em decisão - três delas para o Brasil.

Lionel Messi, que nunca foi campeão com a Argentina, isolou a primeira cobrança na disputa de pênaltis. Na quarta, Lucas Biglia vacilou e parou nas mãos de Claudio Bravo. No Chile, Arturo Vidal abriu a série com erro, mas Nicolás Castillo, Charles Aránguiz, Jean Beausejour e Francisco Silva acertaram e foram decisivos.

Com a vitória, a seleção chilena conquistou apenas o segundo título de sua história, mas eliminou qualquer dúvida sobre quem defenderá o título da competição daqui três anos, no Brasil. Segundo a Conmebol, o vencedor da edição comemorativa do torneio não seria considerado detentor da honra, e sim o campeão do ano passado - no caso, a própria 'Roja', que levantou a taça graças a outra vitória nos pênaltis sobre a Argentina, daquela vez por 4 a 1 - e com Messi acertando sua cobrança.

Os únicos brasileiros em campo na partida no Metlife Stadium foram os integrantes do trio de arbitragem, composto por Heber Roberto Lopes - que voltava a apitar o duelo após três meses do jogo pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo vencido pela 'Albiceleste' por 2 a 1 -, Kléber Gil e Bruno Boschilia.

O árbitro paranaense acabou sendo um dos protagonistas do jogo. Aos 28 minutos do primeiro tempo, por expulsar o volante Marcelo Díaz, do Chile, e, pouco depois, aos 44, ao mostrar vermelho para lateral-esquerdo Marcos Rojo, da Argentina.

Nas tribunas, chamou a atenção a presença do novo técnico do Brasil, Tite, que acompanhou a partida ao lado do ex-jogador e agora coordenador da seleção, Edu Gsspar.

Nas escalações para a decisão, a grande novidade foi Di María, recuperado de lesão, pela Argentina, formando trio ofensivo com Messi e Higuaín. No Chile, Vidal voltou após cumprir suspensão e o volante Díaz retornou após se recuperar de contusão. No ataque, Fuenzalida ganhou disputa com Puch e começou jogando.

Com relação à final de 2015, a 'Roja' repetiu nove titulares: Bravo, Isla, Medel e Beasejour; Díaz, Aranguíz, Vidal, Vargas e Sánchez, sendo que o ex-palmeirense Valdívia foi um dos que deixaram a seleção. Na 'Albiceleste', sete reapareceram: Romero, Otamendi, Rojo, Mascherano, Biglia, Messi, Di María e Higuaín.

Sedenta para encerrar o jejum histórico de 23 anos, a Argentina partiu para cima e, por muito pouco, não marcou ainda com menos de um minuto. Após vacilo de Vidal na saída de bola, Banega recuperou e soltou a bomba de perna direita, tirando tinta da trave direita de Bravo.

Apesar da boa oportunidade, o início da partida foi mais de preocupação com a condição física de alguns atletas. Gerardo Martino chegou a colocar Lamela e Gaitán no aquecimento, por causa de reclamações de Banega e Di María. No Chile, Sánchez e Vargas tiveram que receber atendimento médico antes de 15 minutos.

Quando o futebol voltou a ser o centro único das atenções, a Argentina seguiu mandando na partida. Aos 18, Messi arrancou pela direita, tentou achar Higuaín na área, mas o centroavante só conseguiu resvalar a bola para Di María, que se livrou e bateu de longa, por cima do gol.

Pouco depois, aos 22, faltou um pouco de pontaria para o camisa 9 dos vice-campeões mundiais balançar as redes. Após cochilada de Medel em recuada de bola dada por Jara, Higuaín ficou frente a frente com Bravo, deu leve toque por cima do goleiro, mas bateu para fora.

Ainda aos 28 do primeiro tempo, o Chile ficou com um a menos em campo, graças a expulsão de Díaz, que recebeu segundo cartão amarelo de Heber Roberto Lopes após falta em Messi. A primeira advertência havia acontecido 13 minutos antes, por derrubar, justamente o craque da seleção adversária.

O clima seguiu muito quente em East Rutherford, principalmente, pela pressão dos chilenos para que argentinos recebessem cartões. Aos 43 da etapa inicial, o árbitro brasileiro puniu Rojo por falta em Vidal, mandando o lateral-esquerdo argentino para o chuveiro de maneira direta.

Na ida para o intervalo, comissão técnica e atletas da 'Albiceleste' questionaram Heber pela aparente exibição de cartão vermelho para Aránguiz antes ainda que Rojo fosse expulso. O meia, que passou pelo Internacional, no entanto, seguiu em campo normalmente.

No segundo tempo, o Chile mostrou postura mais ofensiva e tentou encurralar o adversário nos primeiros minutos. Aos 11, após bate e rebate na área, a bola sobrou para Isla, que emendou de primeira, finalizando à direita do gol defendido por Romero.

Se nos primeiros 45 minutos, especialmente, no começo do duelo, ainda houve algumas boas jogadas e claras chances de gol, a etapa complementar foi de muita disputa física, várias discussões com a arbitragem e pouquíssimo futebol.

Aos 34, em rara escapada, Sánchez fez lançamento espetacular da esquerda e encontrou Vargas no outro lado do campo. O atacante disparou em alta velocidade, invadiu a área e acertou potente chute cruzado, parando, contudo, em boa defesa de Romero.

Pouco depois, aos 39, a oportunidade foi da argentina, com Agüero, que pouco antes havia substituído Higuaín. A pontaria, no entanto, foi exatamente a mesma, já que o atacante do Manchester City driblou a marcação, invadiu a área e isolou na hora de bater para o gol.

Já nos acréscimos, a emoção reapareceu, primeiro quando Sánchez recebeu na pequena área, mas na hora de finalizar acabou travado pela zaga. No lance seguinte, Messi recebeu, disparou pelo meio e soltou a bomba, à esquerda do gol de Bravo.

Na prorrogação, o futebol também apareceu em raros lampejos. Aos 9 minutos, em um dos lances mais inusitados da decisão, Messi acabou derrubando Heber Roberto Lopes, ao cair depois de sofrer uma falta. Na cobrança, o camisa 10 levantou a bola na cabeça de Agüero, que testou com estilo e obrigou o goleiro chileno a fazer defesaça.

Após 120 minutos sem gols, a decisão foi para os pênaltis. Vidal e Messi perderam na primeira série. Castillo e Aránguiz pelo Chile, e Mascherano e Agüero pela Argentina, mantiveram o empate em dois gols. Na sequência, Beausejour marcou, Biglia perdeu, e Silva, que havia entrado na prorrogação, balançou as redes e garantiu o bi.



Ficha técnica:.

Argentina: Romero; Mercado, Otamendi, Funes Mori e Rojo; Mascherano, Biglia e Banega (Lamela); Messi, Di María (Kranevitter) e Higuaín (Agüero). Técnico: Gerardo Martino.

Chile: Bravo; Isla, Jara, Medel e Beasejour; Díaz, Aranguíz e Vidal; Fuenzalida (Puch), Vargas (Castillo) e Sánchez (Silva). Técnico: Juan Antonio Pizzi.

Árbitro: Heber Roberto Lopes, auxiliado por Kléber Gil e Bruno Boschilia.

Cartões amarelos: Mascherano, Messi e Kranevitter (Argentina); Díaz, Vidal, Beausejour e Aránguiz (Chile).

Cartões vermelhos: Rojo (Argentina); e Díaz (Chile).

Nos pênaltis: Argentina - Acertaram: Mascherano e Agüero - Erraram: Messi e Biglia; Chile - Acertaram: Castillo, Aránguiz, Beasejour e Silva - Erraram: Vidal.

Estádio: Metlife Stadium, em East Rutherford (Estados Unidos). EFE

bg