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Morten Soubak garante que fica por mais 1 ano na seleção feminina de handebol

16/08/2016 14h40

Rio de Janeiro, 16 ago (EFE).- Normalmente firme nas respostas aos jornalistas, o técnico da seleção brasileira feminina de handebol, o dinamarquês Morten Soubak, estava visivelmente abalado nesta terça-feira, após a derrota nas quartas de final dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro para a Holanda, por 32 a 23, mas afirmou que seguirá no comando da equipe por pelo menos mais um ano.

"Já tive uma conversa com o Manoel Luiz Oliveira (presidente da Confederação Brasileira de Handebol) e vou continuar por mais um ano. Os sete anos que estou aqui, sempre foi ano a ano", disse o treinador em entrevista coletiva depois da partida.

Com o ciclo olímpico terminado da mesma forma como em Londres 2012, com derrota nas quartas de final, Morten foi questionado sobre o futuro da seleção feminina de handebol. Várias jogadoras, como a goleira Mayssa e a pivô Dara, já anunciaram que não atuarão mais pela equipe do país, mas o técnico acredita que há talentos suficientes para garantir uma renovação para Tóquio 2020.

"Primeiro, quero agradecer a todas elas, que fizeram parte da seleção por muito mais tempo do que eu, por todo o esforço pelo handebol brasileiro. Era uma honra, um orgulho poder jogar as Olimpíadas em casa. Nós podíamos chegar longe. E acho que o grupo mostrou que tínhamos o poder e o potencial para brigar pela medalha olímpica, mas na hora não conseguimos. Isso vai doer, vai doer muito", disse o técnico, visivelmente abalado com a derrota.

"Temos que pensar agora em novas meninas que talvez não tiveram chances ainda e também termos uma certa paciência. Eu vou buscar meninas de 16, 17, 20 anos e elas precisam de tempo para sentir o que é uma seleção adulta, como é o handebol desse nível. Temos que encontrar essas atletas de altíssimo nível, depois ensiná-las a filosofia que temos na seleção. Essas atletas existem", completou.

Para Morten, as meninas do Brasil sentiram um pouco da pressão de jogar em casa na derrota contra a Holanda. Além disso, o técnico reclamou da quantidade de punições por dois minutos sofridas por suas atletas durante o duelo decisivo.

"É possível (que elas tenham sentido a pressão), mas acho que nunca vamos saber isso de verdade. Senti isso no início do jogo. Nós fizemos apenas um gol durante oito minutos e depois pedi tempo. Achava que estávamos jogando presos. Conseguimos voltar no jogo, reduzir para um gol no primeiro tempo. Estava ótimo. Fizemos um novo plano para o segundo tempo e acontece exatamente o que não pode acontecer. Acabamos entrando em quadra, Duda (Amorim) tomou dois minutos e abriu tudo de novo", disse Morten.

"Realmente não conseguimos lançar como nós queríamos. E a Holanda também defendeu um pouco diferente do que os outros adversários. Fizemos muitas faltas. Nossos arremessos também não foram da melhor qualidade como em outros jogos", acrescentou.

Morten agradeceu ao apoio da torcida durante as partidas do torneio olímpico, que lotou a Arena do Futuro e não parou de incentivar o Brasil mesmo com o placar adverso contra a Holanda.

"Óbvio que a última coisa que eu vou lembrar é do jogo de hoje, mas acho que temos que lembrar e agradecer, falar obrigado para todos os torcedores brasileiros, que realmente foram um jogador a mais. Foi um prazer. Acho que posso falar pelo grupo todo que foi sensacional jogar nesse ginásio. Nunca jogamos em um ginásio no Brasil com tantos torcedores. Elas se sentiram em casa", disse.