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Empresário admite que ofereceu "mala branca" a jogadores de El Salvador

06/09/2016 21h20

San Salvador, 6 set (EFE).- O empresário salvadorenho Ricardo Padilla, ex-presidente do Deportivo Alianza, time da primeira divisão local, admitiu que ofereceu uma "mala branca" aos jogadores da seleção de seu país como incentivo para que consigam na partida desta terça-feira contra o Canadá, pela última rodada do grupo A das Eliminatórias da Concacaf para a Copa do Mundo de 2018, um resultado que favoreça a classificação de Honduras ao hexagonal final.

Os jogadores salvadorenhos denunciaram ontem que Padilla havia feito a oferta em nome de um empresário hondurenho, não identificado, sendo um valor para que vencessem o duelo de hoje à noite com os canadenses, outro para que empatassem e ainda um menor se perdessem por um gol de diferença - as três possibilidades beneficiarão Honduras.

Padilla garantiu que fez a proposta "a título pessoal", sem especificar mais razões, e admitiu que para a partida da semana passada contra o México também havia oferecido uma "mala", que os jogadores, como agora, rejeitaram.

"Que me investiguem, por mim não há problema. Podem perguntar por mim onde quiserem. Fiz isso em caráter pessoal", afirmou.

Segundo uma gravação de áudio divulgada pela imprensa salvadorenha, Padilla disse aos jogadores que daria US$ 30 a cada um por minuto jogado se derrotassem o Canadá, US$ 20 por minuto em caso de empate e US$ 15 se perdessem por um gol.

"É certo, me reuni com eles, e convidamos o senhor (Jorge) Racho (presidente da Federação Salvadorenha de Futebol) e ele não quis ir, mas estava no hotel. Convidamos o senhor (Ramón) Maradiaga (técnico salvadorenho), mas não esteve presente", revelou Padilla ao jornal 'El Gráfico'.

Racho desmentiu, em uma entrevista coletiva em Vancouver, cidade onde será realizada o jogo entre El Salvador e Canadá, que tenha sido convidado a participar da reunião.

"Em nenhum momento recebi um convite do senhor Padilla Pinto para participar dessa proposta, é falso o que ele declarou. Meu único contato com ele foi um cumprimento", alegou, segundo a imprensa salvadorenha.

Por sua vez, Hugo Carrillo, diretor da federação de futebol do país centro-americano, "esta situação já é de conhecimento tanto da Concacaf como de pessoas da Fifa que expressaram apoio total a este comitê executivo como aos jogadores por sua coragem".

No grupo A da quarta fase das Eliminatórias da Concacaf, Honduras está em segundo lugar, com 7 pontos, e vai enfrentar hoje pela última rodada, fora de casa, o líder México, que tem 15 pontos e 100% de aproveitamento.

Apenas o Canadá, que soma 4, pode assumir a vice-liderança, desde que vença o lanterna e já eliminado El Salvador por dois gols de diferença, o que o faria superar a seleção hondurenha no saldo de gols. Os dois primeiros avançam para o hexagonal final, no qual vão encarar Costa Rica, Panamá, Trinidad e Tobago e Estados Unidos, que garantiram vaga nas outras chaves.