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Fifa segue em contato regular com Catar-22 após rompimento de países árabes

Gianni Infantino, presidente da Fifa - Michael Buholzer/AFP
Gianni Infantino, presidente da Fifa Imagem: Michael Buholzer/AFP

05/06/2017 10h36

Madri, 5 jun (EFE).- A Fifa garantiu nesta segunda-feira que "está em contato de forma regular com o Comitê Organizador Local Catar 2022 e com o Comitê Supremo de Entrega e Legado sobre assuntos relacionados com a Copa do Mundo", após a decisão de um grupo de países árabes de romper relações diplomáticas com o reino da Casa de Thani.

A entidade máxima do futebol mundial não fez mais comentários sobre a questão neste momento, horas depois da iniciativa anunciada por Arábia Saudita, Egito, Bahrein, Emirados Árabes Unidos (EAU), Líbia e Iêmen.

Esses países acusam o Catar de oferecer apoio a organizações terroristas como a Irmandade Muçulmana, o Estado Islâmico e a Al Qaeda, bem como de descumprir com compromissos e acordos internacionais.

As nações árabes citadas também afirmam que as ações do reino de "prejudicam a estabilidade" na região e o acusam de não cumprir com os acordos firmados entre os integrantes do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), que é composto por EAU, Kuwait, Catar, Omã, Bahrein e Arábia Saudita.

O Catar, por sua vez, afirmou que é "um membro ativo" do CCG e que está "comprometido com os seus acordos, que respeita a soberania de outros países e não intervém em assuntos internos".

Em dezembro completarão sete anos desde que o Catar ganhou o direito de organizar a Copa do Mundo de futebol em 2022, depois que o Comitê Executivo da Fifa escolheu o seu projeto, que concorreu com os de Austrália, Estados Unidos e Coreia do Sul.

Para a escolha do reino do Golfo, foram necessárias quatro rodadas de votação. Na primeira, a Austrália foi eliminada com um voto. Japão e Estados Unidos receberam três, Coreia do Sul quatro e Catar 11.

Na segunda, o Japão se despediu com dois votos, enquanto Coreia e Estados Unidos ficaram com cinco e o Catar com 10. A Coreia acabou seno eliminada na terceira votação, ao conseguir novamente cinco votos, enquanto os Estados Unidos ficaram com seis, e o Qatar 11.

Na quarta e última rodada de votação, o Catar venceu e obteve a maioria absoluta com 14 votos, contra oito dos Estados Unidos, que já tinham organizado a Copa de 1994.

A vitória do Catar, que ocorreu na mesma reunião em que o Comitê Executivo da Fifa escolheu a Rússia como sede da Copa de 2018, esteve cercada de controvérsias desde o início e chegou ao ponto em que a própria Fifa apresentou uma denúncia na Justiça da Suíça por possíveis irregularidades naquela votação, que, no entanto, foi feita apenas quatro anos após a escolha do reino árabe.

A denúncia está na origem dos casos de corrupção que começaram a vir à tona em 2015, devido às investigações iniciadas nos Estados Unidos, e que colocarão no banco dos réus muitos ex-dirigentes e colaboradores da Fifa, acusados de pagamento e recebimento de propina, entre outros delitos.

No entanto, além de sua escolha como sede da Copa, o Comitê Organizador Local Catar 2022 também foi questionado por outros motivos, como as condições de trabalho dos operários imigrantes na construção dos estádios, denunciadas pela ONG Anistia Internacional.

Após isso, o governo do Catar anunciou mudanças na legislação para oferecer conforto aos trabalhadores e a Fifa se mostrou satisfeita recentemente pelas conversas mantidas entre as companhias e o sindicato internacional de trabalhadores de construção e carpintaria (BWI, sigla em inglês) sobre as condições em que trabalham os contratados para a edificação dos recintos esportivos.