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Presidente suspenso da RFEF admite chance de Espanha ficar fora da Copa

Nacho Doce/Reuters
Imagem: Nacho Doce/Reuters

18/12/2017 12h05

Madri, 18 dez (EFE).- O presidente suspenso da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Ángel María Villar, reconheceu nesta segunda-feira que há chance de a seleção do país ser excluída da Copa do Mundo do ano que vem devido a possíveis interferências do governo nacional na entidade.

"A possibilidade de que a Fifa deixe a seleção (da Espanha) fora da Copa é séria", declarou o dirigente em entrevista coletiva concedida em um hotel em Madri.

Villar fez duras críticas ao governo, que, segundo ele, dá "lições de legalidade", mas tem como única intenção a de tirá-lo da presidência da RFEF. Além disso, negou categoricamente que tenha sido ele ou algum funcionário da federação nacional quem foi à Fifa para denunciar interferência do poder público, algo proibido pela entidade internacional.

"O Governo terá que aceitar o que as organizações internacionais dizem. É uma inscrição voluntária e foi consentida pelo governo. É preciso se perguntar por que conflitos desta natureza não acontecem em países próximos. A resposta é tão simples como que os poderes públicos desses estados respeitam escrupulosamente os estatutos da Fifa", alfinetou.

Villar foi suspenso em junho da presidência da RFEF pelo Conselho Superior de Esportes da Espanha (CSD), equivalente ao Ministério do Esporte. Antes, ele havia sido preso acusado de administração desleal, apropriação indébita, corrupção, falsificação de documentos e possível ocultação de bens, todos relacionados com a organização de partidas da seleção masculina.

"O Conselho Superior de Esportes é o que faz a RFEF descumprir as regras da Fifa e o único responsável de que Espanha possa ficar sem Copa. Nem Ángel Villar nem a RFEF tem responsabilidade alguma", destacou.