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Preso desde outubro, jogador russo disputa partida com outros detentos

Volante do Krasnodar (colete laranja) jogou na neve; atacante Aleksandr Kokorin, também preso, ficou fora - Sergei Bobylev\TASS via Getty Images
Volante do Krasnodar (colete laranja) jogou na neve; atacante Aleksandr Kokorin, também preso, ficou fora Imagem: Sergei Bobylev\TASS via Getty Images

Da EFE. em Moscou

14/02/2019 16h37

O volante russo Pavel Mamaev, do Krasnodar, disputou hoje uma partida de futebol com outros detentos na penitenciária onde está encarcerado desde outubro do ano passado por vandalismo e agressão.

Embora alguns ativistas dos direitos humanos tenham considerado a ideia inoportuna, Mamaev se mostrou disposto a jogar a partida desde o início.

O encontro foi disputado na penitenciária de Butirka, sobre um chão coberto de neve, com a temperatura de vários graus abaixo de zero e uma bola vermelha, como é tradição nas partidas durante o inverno.

Como o pátio da prisão é pequeno demais, as autoridades penitenciárias disponibilizaram um espaço ao ar livre para a disputa da partida, que o advogado do jogador classificou como um fato "sem precedentes".

Cada equipe foi composta por cinco jogadores e um goleiro, todos detentos. Mamaev foi a campo com a camisa 17, o mesmo número que usa no Krasnodar.

Nas imagens é possível ver o campo rodeado por uma cerca alta coberta com desenhos com as cores da bandeira nacional e uma bola. Também há um placar e um cronômetro perto do portão de entrada, que é vigiado por um guarda.

Mamaev, que se mostrou muito ativo desde o começo, disputou um tempo por cada equipe, em uma tentativa de deixar o resultado mais justo.

Quem não jogou foi o atacante Aleksandr Kokorin, do Zenit, que está preso pelos mesmos motivos de Mamaev. O advogado negou a possibilidade de seu cliente disputar a partida com o argumento de que o contrato com o clube impede que ele participe de tais atividades, além das dores no joelho que o afastaram dos gramados durante meio ano.

Recentemente, a Justiça russa prolongou por mais dois meses a prisão preventiva de ambos os jogadores, cujos advogados acusaram as vítimas das agressões de fazerem testemunhos falsos e pediram a libertação dos clientes sob pagamento de fiança.

Em princípio, a acusação pode manter Kokorin e Mamaev em prisão preventiva por até 12 meses. Os dois foram presos em outubro por vandalismo e agressão, o que pode acarretar até sete anos de prisão.

Ambos foram detidos depois de agredirem três pessoas, que por enquanto se negam a retirar a denúncia ou entrar em acordo com os advogados dos jogadores.