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Ex-presidente do Barça tem pedido de pena reduzida por caso que envolve CBF

Albert Gea/Reuters
Imagem: Albert Gea/Reuters

14/03/2019 17h10

O promotor espanhol José Javier Polo diminuiu hoje (14) o pedido de pena de prisão para Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona, acusado por lavagem de US$ 22,5 milhões da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

No julgamento realizado na Audiência Nacional da Espanha, o representante do Ministério Público reduziu o pedido de prisão para Rosell de 11 para seis anos de reclusão.

A mesma solicitação foi feita para o sócio do ex-presidente do Barcelona, o advogado Joan Besolí, cujo pedido de pena foi reduzido de dez para cinco anos.

Os dois, a esposa de Besolí e outros três testas de ferro são acusados por lavagem de dinheiro e organização criminosa.

No pedido apresentado hoje, o promotor afirmou que explicará no próximo julgamento, marcado para o dia 25 de março, os motivos para modificar os pedidos de pena contra os acusados do caso.

O Ministério Público da Espanha também quer que Rosell pague uma multa de US$ 66 milhões e fique impedido de exercer qualquer atividade no mundo empresarial por três anos depois do cumprimento da pena de reclusão prevista na solicitação apresentada hoje.

Por outro lado, os advogados de defesa mantiveram os pedidos de absolvição de todos os acusados no caso e denunciaram que seus clientes tiveram seus direitos violados. Segundo eles, o promotor incluiu fatos novos no processo que não estavam na acusação inicial.

Rosell é acusado de usar a empresa de marketing esportivo BSM para negociar pela CBF a venda dos direitos de televisão de 24 amistosos da seleção brasileira para um grupo da Arábia Saudita. O valor da negociação foi de US$ 30 milhões.

O Ministério Público da Espanha afirma que Rosell e o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, teriam recebido comissões ilegais na negociação dos direitos de transmissão dos amistosos da seleção. No entanto, o promotor do caso ressaltou que Teixeira é investigado no Brasil pelos mesmos crimes.

Na conclusão definitiva do Ministério Público, os acusados formaram um grupo criminoso de interesses comuns, reforçado por vínculos de amizade e parentesco, dedicado à lavagem de dinheiro em grande escala, com pleno conhecimento que a atividade era ilícita.

"Utilizando essa capacidade de parceria e confiança, os acusados ocultaram as quantias ilicitamente obtidas por uma pessoa muito relacionada com o acusado Rosell, Ricardo Teixeira", afirma o texto.

"Por ocasião da assinatura de certos contratos, este (Teixeira) intervinha em representação da Confederação Brasileira de Futebol. Particularmente o de compra e venda dos direitos audiovisuais da seleção nacional de futebol do Brasil, realizada pela citada confederação em favor da sociedade International Sports Events (ISE) e no contrato de patrocínio assinado pela CBF com a Nike", completa o documento apresentado pelo promotor.

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