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Valcke elogia ritmo da obra no estádio de São Paulo e confirma prazo

Secretário-geral Jérôme Valcke, discursa no Itaquerão ao lado de Ronaldo e Bebeto - Junior Lago/UOL
Secretário-geral Jérôme Valcke, discursa no Itaquerão ao lado de Ronaldo e Bebeto Imagem: Junior Lago/UOL

Da Reuters, em São Paulo

19/08/2013 14h53

Por Tatiana Ramil

SÃO PAULO, 19 Ago (Reuters) - O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse nesta segunda-feira ter ficado satisfeito com o ritmo das obras no estádio de São Paulo, sede da abertura da Copa do Mundo de 2014, e confirmou que a arena será entregue no final de dezembro.

"Tivemos uma reunião de emergência, porque tínhamos preocupação sobre a data de entrega, mas quando olho a minha volta tenho certeza de que vai ficar pronto em tempo. Estamos muito satisfeitos", afirmou Valcke a jornalistas no estádio em Itaquera, zona leste da capital paulista.

Valcke havia anunciado em maio passado um acerto para entrega do estádio em dezembro, após reunião no Rio de Janeiro com o Comitê Organizador Local (COL) para o Mundial, o CEO e presidente da construtora Odebrecht, Benedicto da Silva, e o representante do Corinthians para o estádio, Andrés Sanchez.

O estádio de São Paulo tem as obras mais avançadas entre as seis arenas que restam ser entregues para o Mundial de 2014. Segundo o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, a arena tem 86 por cento das obras concluídas.

Na semana passada, o ministro havia afirmado que os estádios precisavam acelerar o ritmo de suas obras para ficarem prontos até dezembro, prazo acertado com a Fifa. "O que eu disse é que todos os estádios da Copa das Confederações conheceram um ritmo de aceleração no final... defendemos uma aceleração para que os prazos sejam cumpridos."

Na Copa das Confederações, torneio considerado um teste para o Mundial e disputado em junho, apenas os estádios de Belo Horizonte e Fortaleza cumpriram o prazo e os entregraram seis meses antes da competição, o que prejudicou a realização de eventos-teste.

O torneio foi marcado ainda por manifestações populares por melhorias sociais no país e algumas contra a Fifa e os gastos com as competições. Questionado sobre o assunto, Valcke disse que os protestos estão na pauta de discussões para a Copa, mas que é impossível saber se eles vão se repetir.

"Isso (as manifestações) é parte do que é discutido. É impossível dizer o que vai acontecer. Não tenho ideia. O que é importante é organização se preparar", disse o secretário-geral da entidade que controla o futebol mundial.

EMPRÉSTIMO BNDES

O ministro do Esporte afirmou que estão "muito próximos de um desfecho favorável" para a liberação dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao estádio paulista, questão que tem sido motivo de polêmica nos últimos meses.

Responsável do Corinthians pelas obras, Sanchez chegou a ameaçar, em março, paralisar os trabalhos, caso os recursos de 400 milhões de reais não fossem liberados.

Mas isso não aconteceu e as obras seguiram na arena, que já tem inclusive o gramado plantado. O estádio será entregue em 30 de dezembro, e a ideia é o Corinthians utilizá-lo de fevereiro a maio, quando ele deverá ser entregue à Fifa.

O ministro destacou que os seis estádios usados na Copa das Confederações fizeram a média de público aumentar no Campeonato Brasileiro. "Isso vai elevar a renda dos clubes e aumentar a participação do futebol no PIB brasileiro", disse.

Integrante do COL, o ex-atacante Ronaldo foi muito aplaudido pelos operários, que ganharam um ingresso simbólico para jogos da Copa no estádio, e disse que a arena vai deixar um legado para a zona leste, região mais carente da cidade.

"A população de Itaquera vai aproveitar este legado importante que a Copa vai deixar. Tenho imensa honra de ter participado desse projeto maravilhoso", afirmou o ex-jogador do Corinthians.

Perto de estádio estão sendo realizadas obras de mobilidade urbana, em integração com uma faculdade e escola técnica, também inauguradas no entorno.