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Argentina tem ótimo solista, mas precisa de uma orquestra completa

Por Karolos Grohmann
Imagem: Por Karolos Grohmann

22/06/2014 13h57

Por Karolos Grohmann

BELO HORIZONTE (Reuters) - A Argentina chegou ao Brasil cheia de esperanças e sonhos, mas a partida vencida nos últimos minutos contra a seleção do Irã expôs uma série de deficiências na equipe que precisam de melhoras urgentes caso eles queiram disputar o título mundial.

O belo gol de Lionel Messi nos acréscimos do segundo tempo pode ter garantido a classificação para a segunda fase do torneio, mas o futebol demonstrado pelos setores ofensivo e defensivo da Argentina contra o Irã, uma equipe muito mais fraca, estava longe do que deveria ser apresentado por uma seleção favorita no Mundial. 

Entrando em campo com uma das formações ofensivas mais ameaçadoras do futebol mundial, com Messi ao lado de Sérgio Aguero, Gonzalo Higuaín e Angel Di Maria, a Argentina atacava de maneira desconexa, deixando buracos abertos no meio da defesa.

O 'quarteto fantástico', como eles são conhecidos, parecia mais uma banda cover montada às pressas, completamente desafinada e fora de sincronia por grande parte do jogo. A vitória por 1 x 0 foi bem pouco merecida. 

Higuaín e Aguero conseguiram apenas um tiro a gol cada, enquanto Messi conseguiu seis. 

"Temos que olhar bem para o que aconteceu e tentar melhorar. Temos algumas causas de preocupação", afirmou o técnico Alejandro Sabella a jornalistas.

Uma dessas causas é o trabalho de Aguero e Di Maria pelas laterais do campo. O valor combinado dos dois jogadores é muito maior do que a equipe iraniana inteira, no entanto, os argentinos se mostraram completamente ineficientes contra os humildes adversários. 

A eficiência de Higuaín como atacante também foi questionada, com o técnico Sabella o substituindo e Aguero no final da partida para ressucitar sua linha ofensiva.

DEFESA

Apesar de uma defesa tumultuada, com três ou até quatro iranianos marcando Messi no meio, a bola circulou muito pouco pelas alas. 

Contra defesas mais fortes no decorrer do torneio, o trabalho dos argentinos será cada vez mais difícil. 

"Subimos bastante por um lado, mas não jogamos bem nas duas alas", disse Sabella.

Os argentinos também precisam melhorar sua formação defensiva para que o zagueiro Ezekiel Garay não seja surpreendido como foi sempre que o Irã conseguia um contra-ataque, especialmente no segundo tempo.

Garay havia negado antes da Copa que a defesa argentina era o ponto fraco da equipe, mas esse foi exatamente o caso contra o Irã, que poderia ter marcado no segundo tempo e chocado a seleção bicampeã mundial.

O iraniano Reza Ghoochannejhad quase marcou de cabeça ao aproveitar uma das falhas de Garay, que estava fora de posição, e Ashkan Dejagah ganhou várias vezes de Pablo Zabaleta na velocidade, conseguindo algumas boas chances para a seleção do Irã.

"Sabemos que não estamos jogando tão bem quanto era esperado", disse Messi. "Mas conforme avançarmos no torneio, iremos melhorar e chegar ao máximo do nosso potencial".