Topo

Fifa pede a federação italiana que investigue declarações racistas de dirigente

28/07/2014 15h21

Por Terry Daley

ROMA (Reuters) - A Fifa pediu à Federação Italiana de Futebol (FIGC) que investigue comentários feitos por Carlo Tavecchio, cotado como favorito para se tornar o próximo presidente da entidade, nos quais ele se referiu ao jogadores africanos como "comedores de banana".

"Reportagens a respeito de supostos comentários racistas feitos por um dos candidatos presidenciais à federação italiana chamaram a atenção da Força Tarefa da Fifa contra ao racismo e discriminação e de seu diretor, Jeffrey Webb", disse a Fifa por meio de um comunicado nesta segunda-feira.

"Sendo assim, a Fifa escreveu uma carta à federação italiana pedindo que a entidade tome as medidas necessárias para investigar e decidir sobre essa questão e se reportar à Fifa", diz o texto.

Vice-presidente da FIGC, Tavecchio foi alvo de uma onda de críticas por causa de seus comentários, feitos durante uma assembleia das ligas amadoras italianas.

Ele sugeriu que a Itália deveria copiar as restrições impostas pela Inglaterra a jogadores não-europeus.

"Na Inglaterra, eles identificam os jogadores que estão entrando e se são profissionais, recebem permissão para jogar", disse o dirigente de 71 anos.

"Em vez disso, aqui nós pegamos 'Opti Pobà', que antes comia bananas e de repente se tornou um jogador do time principal da Lazio", acrescentou.

"É assim que é aqui. Na Inglaterra, você precisar provar o que tem no currículo e seu pedigree."

Tavecchio pediu desculpas duas vezes por suas declarações, mas afirmou nesta segunda-feira que não pretendia encerrar sua candidatura à presidência da FIGC.

"Tenho o apoio das Ligas, e continuo com a campanha pela presidência da FIGC", disse ele à agência de notícias italiana Ansa.

Tavecchio é o grande favorito para derrotar o ex-jogador do Milan e meia da seleção italiana Demetrio Albertini nas eleições de 11 de agosto e assumir o principal cargo do futebol italiano.

Os dois almejam o cargo deixado vago por Giancarlo Abete, que renunciou logo após a embaraçosa eliminação da Itália na Copa do Mundo no Brasil, ainda na fase de grupos.