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Argentino Julio Grondona, vice-presidente da Fifa, morre aos 82 anos

30/07/2014 15h57

Por Luis Ampuero

BUENOS AIRES (Reuters) - O presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA) e vice-presidente da Fifa, Julio Grondona, morreu nesta quarta-feira, aos 82 anos, em Buenos Aires.

Grondona, que estava à frente da AFA desde 1979, foi internado em um hospital da capital argentina nesta quarta de manhã e morreu enquanto era submetido a uma cirurgia por um aneurisma na artéria aorta.

Com a morte de Grondona, a AFA será presidida por Luis Segura, vice-presidente da associação e chefe do clube Argentinos Juniors.

A AFA suspendeu uma entrevista coletiva marcada com o técnico Alejandro Sabella para anunciar os motivos de sua saída da seleção argentina e adiou os jogos do fim de semana.

"Muito triste pela perda de um grande amigo. Julio Grondona nos deixou aos 82 anos. Hoje abraço sua família. Descanse em paz", disse o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em mensagem no Twitter.

O atacante Lionel Messi também lamentou a morte do dirigente.

"Dia muito triste para o futebol, para toda Argentina e para mim. Nosso presidente da AFA, Julio Grondona, nos deixou. Quero mandar minhas condolências e um abraço muito grande a todos seus familiares e amigos", escreveu Messi no Facebook.

Grondona, que fez amigos e inimigos durante os mais de 40 anos de carreira no futebol argentino, chegou à AFA um ano após o primeiro título mundial da Argentina conquistado sob comando do técnico César Luis Menotti, e imediatamente renovou o contrato do treinador.

Sob o mandato de Grondona, a Argentina foi campeã juvenil em 1979 com Menotti, ganhou o Mundial de 1986 com Carlos Bilardo como técnico, foi vice-campeã na Itália em 1990 e repetiu o segundo lugar no Mundial deste ano no Brasil tendo Sabella como treinador.

Grondona sempre foi questionado por sua forma de comandar a AFA e pela maneira que conseguia a reeleição no cargo mais importante do futebol argentino.

Em seu primeiro mandato, adversários o acusaram de ter sido nomeado a dedo pelo interventor da ditadura militar na AFA.

A última vez que Grondona foi visto em público foi na terça-feira, ao sair da AFA, quando foi questionado por jornalistas se era possível convencer Sabella a continuar à frente da seleção.

"Se a noiva não quer, não se pode", foi a última frase que Grondona disse antes de se despedir dos repórteres.