Fifa enfrenta mais pedidos por transparência
Por Brian Homewood
ZURIQUE (Reuters) - A Fifa enfrentou mais pedidos por maior transparência nesta sexta-feira, quando o seu próprio investigador do comitê de ética juntou-se aos críticos e queixou-se de uma "desconexão" com o público.
O ex-procurador dos Estados Unidos Michael Garcia, chefe da câmara de investigação do comitê de ética, disse que há pouca informação disponível sobre casos como o do inquérito sobre o controverso processo de votação para as Copas do Mundo de 2018 e 2022.
Os comentários de Garcia, durante a cúpula mundial sobre a ética no esporte, em Zurique, vieram depois que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, descreveu a estrutura ética de sua entidade como exemplar ao abrir o evento.
A Fifa também foi criticada por Sylvia Schenk, ex-atleta olímpica que representa o instituto anticorrupção Transparência Internacional. Ela disse que havia muita ênfase na punição de indivíduos, em vez de mudar a cultura de trabalho da federação.
Garcia concluiu recentemente uma investigação de um ano sobre as denúncias de corrupção no processo de escolha das Copas do Mundo de 2018 e 2022, concedidas à Rússia e ao Catar, respectivamente, em dezembro de 2010.
O relatório foi entregue ao juiz de ética da Fifa, Hans-Joachim Eckert, mas não foi tornado público.
O código de ética da Fifa determina que o processo deve permanecer em segredo, uma atitude que tem sido criticada pela falta de transparência. A independência do comitê de ética também tem sido questionada.
"(O código de ética da Fifa) é um código robusto implementado de uma forma justa e completa, mas o processo deve levar a algo mais. A meta tem que ser incutir confiança no processo", disse Garcia durante o evento, em uma rara aparição pública.
"Além de qualquer caso em particular, o público tem que ter confiança de que o processo está funcionando de forma justa."
Garcia acrescentou que havia "algo de desconexo" entre o público e o comitê de ética, que foi reformado pela Fifa após uma série de escândalos de corrupção em 2010 e 2011.
"Quando penso lá atrás em meus dias no escritório de procurador-geral nos Estados Unidos em Manhattan, considerado um dos melhores nos Estados Unidos, tínhamos uma reputação muito forte com o público e havia muita confiança da população no trabalho que havia sido feito", disse ele.
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