África do Sul confirma pagamento de US$ 10 milhões a dirigente da Fifa, mas nega suborno
A África do Sul confirmou nesta quarta-feira que deu 10 milhões de dólares para ajudar a pagar pela Copa do Mundo de 2010 a um dirigente de futebol indiciado na semana passada pelos Estados Unidos, mas disse que o pagamento não foi um suborno, como alegam os promotores norte-americanos.
O ministro do Esporte sul-africano, Fikile Mbalula, confirmou o conteúdo de uma carta vazada da Associação de Futebol da África do Sul, a qual afirma que dinheiro originalmente destinado à organização do Mundial de 2010 foi pago diretamente ao ex-vice-presidente da Fifa Jack Warner.
Mas Mbalula afirmou que jamais houve a intenção de usar o pagamento como propina para garantir o direito de sediar o torneio, como descrito no indiciamento das autoridades dos EUA, mas oferecido como doação para apoiar a construção de um centro de futebol para pessoas de origem africana no Caribe.
"Negamos categoricamente que nosso país e nosso governo subornaram alguém para receber o direito de sediar a Copa do Mundo de 2010. Era um programa aprovado, e não entendemos por que isto agora está sendo interpretado como suborno", afirmou Mbalula em coletiva de imprensa.
Warner, ex-chefe da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf), é um dos 14 dirigentes e empresários indiciados na semana passada em uma investigação de fraude conduzida pelos EUA que abalou o mundo do futebol. O ex-presidente da CBF José Maria Marin também está entre os indiciados e foi preso na Suíça.
O indiciamento afirma que a África do Sul pagou 10 milhões de dólares a Warner em propina para poder sediar o Mundial de cinco anos atrás. A Fifa confirmou ter pago esse valor à União Caribenha de Futebol, organismo então presidido por Warner, com fundos originalmente destinados à África do Sul para ajudar a nação a preparar a competição.
O indiciamento do Departamento de Justiça norte-americano alegou que Warner e outros membros da Concacaf integrantes do comitê executivo da Fifa procuraram dividir o montante em troca de seus votos. O documento detalha como 750 mil dólares foram pagos ao secretário-geral da Concacaf, Chuck Blazer, que também estava no comitê executivo da Fifa na ocasião. Blazer se declarou culpado das acusações de corrupção feitas pelos Estados Unidos.
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