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Regras de cooperação ficam mais rigorosas na Fórmula 1

29/11/2015 13h01

Por Alan Baldwin

ABU DHABI (Reuters) - A administração da Fórmula 1 tornou neste domingo mais rigorosas as regras sobre a cooperação técnica entre as equipes, acalmando os ânimos após o risco de uma iminente "corrida armamentista" no esporte.

Em um comunicado emitido durante o Grande Prêmio de Abu Dhabi, o último da temporada, a administração respondeu a questionamentos da Mercedes e também deixam claro que a Ferrari não teria de enfrentar qualquer consequência por seu trabalho neste ano com a nova equipe norte-americana Haas.

"Uma retrospectiva não é aplicável", afirmou em um documento detalhado.

A administração da F1 diz que recomendaria à Federação Internacional de Automobilismo (FIA) que qualquer "competidor potencial" esteja vinculado às regras uma vez que sua inscrição para ingressar no campeonato seja aceita, em vez do momento de sua entrada oficial.

A lista de inscritos para a temporada que começa em março de 2016 será publicada em dezembro, porém o pedido da Haas foi aceito há muito tempo atrás.

A Haas, que deverá usar as unidades de energia da Ferrari e quaisquer outras peças e componentes permitidos pelo regulamento do campeonato, deverá estrear na F1 na próxima temporada.

Já a Ferrari, que não conseguiu vencer nenhuma corrida em 2014, progrediu significativamente nesta temporada e surge como a rival mais próxima da Mercedes.

A escuderia italiana, no entanto, tem sido alvo de suspeitas por ter se beneficiado de sua relação com a Haas ao realizar atividades de túnel de vento na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, melhorando seu desenvolvimento aerodinâmico.

Na declaração, o conselho de administração da F1 deixou claro que o principal objetivo das regras foi "evitar uma escalada dos custos associados à pesquisa... especialmente na área de testes aerodinâmicos".

A Mercedes nega que tenha mirado a Ferrari na busca de esclarecimentos ao conselho de administração da F1 sobre "ambiguidades" nas regulamentações técnicas.

"Estamos olhando para 2016 e, sobretudo, tendo em conta as regras de 2017, onde o carro pode ser completamente diferente, sobre o escopo de desenvolvimento que poderia ter com outra equipe e a partilha de recursos", disse o diretor executivo da Mercedes Motorsports, Toto Wolff.

Ele alertou, entretanto, que a menos que as regras sejam esclarecidas poderia, sim, haver uma "corrida armamentista" entre as equipes que tentam se inscrever com o máximo de parceiros possíveis para acelerar ao máximo o desenvolvimento de seus carros.