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A quatro anos de pontapé inicial, Fifa quer 48 seleções já na Copa de 2022

Divulgação
Imagem: Divulgação

Mark Gleeson

Da Reuters, em Doha (Qatar)

20/11/2018 15h14

Na quarta-feira (21), faltarão exatamente quatro anos para o início da Copa do Mundo de 2022 no Qatar, que ainda pode ser um instrumento para ajudar a acabar com as tensões regionais e o primeiro torneio com 48 seleções se depender do presidente da Fifa, Gianni Infantino.

Nas últimas, o chefe do organismo que governa o futebol pressionou para que o Mundial de 2022 aumente os 32 times que jogaram na Rússia neste ano para 48, embora tenha sido combinado anteriormente que a ampliação do evento aconteceria quando Canadá, México e Estados Unidos dividirem a sede da Copa de 2026.

"Estamos analisando. Se é possível, por que não?", disse Infantino no mês passado. "Estamos conversando com nossos amigos qataris, estamos conversando com nossos muitos outros amigos na região e esperamos que isso possa acontecer."

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O Qatar ainda não se manifestou sobre a ideia, mas anteriormente se mostrou cauteloso a respeito da capacidade do país para organizar um torneio com mais de 32 equipes.

Os organizadores só estão construindo oito estádios para a competição de um mês, que causou polêmica com um adiamento para o final do ano justificado pelo calor intenso do verão. O torneio começa em 21 de novembro de 2022, e a final será disputada em 18 de dezembro.

Qualquer ampliação criaria a possibilidade de o Qatar ter que dividir algumas partidas com seus vizinhos, mas o país está sujeito a um bloqueio econômico imposto por quatro deles.

Em meados de 2017 a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Egito cortaram os laços comerciais e de transporte com Doha, acusando-a de apoiar o terrorismo e o Irã - o que o Catar nega.

O boicote prejudicou as rotas comerciais qataris pelo Golfo Pérsico e travou as importações que entram por sua única fronteira terrestre, que é com a Arábia Saudita - antes a rota de seus suprimentos de bens perecíveis e materiais de construção.

Isso obrigou o Qatar a gastar mais de seu grande orçamento para encontrar parceiros comerciais alternativos e manter os preparativos para a Copa do Mundo em andamento.

"Pensar que existem pessoas na região que podem não gostar da primeira Copa do Mundo no Oriente Médio é muito decepcionante", disse Hassan Al Thawadi, que comanda o comitê organizador local.

O Qatar está investindo impressionantes US$ 200 bilhões para sediar o torneio, mas Al Thawadi disse que só entre 8 e 10 bilhões estão sendo gastos nos estádios.