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Equipamentos da Indy para prova cancelada já estavam a caminho do Brasil

Última vez que a Indy esteve no Brasil foi em 2013, em São Paulo - Fernando Donasci/UOL
Última vez que a Indy esteve no Brasil foi em 2013, em São Paulo Imagem: Fernando Donasci/UOL

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

30/01/2015 13h00

O cancelamento da etapa de Brasília da Fórmula Indy a pouco mais de um mês de sua realização pegou a todos de surpresa, principalmente os representantes da categoria. A certeza que a corrida aconteceria era tanta que uma boa parte de equipamentos já estava a caminho do país em um navio que se encontra no mar.

“Estamos totalmente surpresos. Uma semana antes, o governador  (Rodrigo Rollemberg-PSB) havia garantido que a prova iria acontecer. E agora como ficamos? Temos 35 contêineres em alto mar com pneus, combustível e outros equipamentos vindo para o Brasil. Além disso, os direitos de transmissão já estava, negociados com emissoras de todo o mundo e as equipes já haviam feito reservas de passagens aéreas e hotel”, afirmou ao UOL Esporte Carlo Gancia, representante da Indy no Brasil e presidente da Image.

O empresário foi uma das pessoas mais ativas na negociação para a realização da prova no Autódromo Internacional Nelson Piquet, que estava prevista para ocorrer no dia 8 de março.

Para ele, a rescisão unilateral de contrato por parte do Governo do Distrito Federal às vésperas da prova coloca uma sombra no futuro da categoria no país.

“Os americanos podem não acreditar que quem quebra o contrato de forma unilateral a seis semanas do evento mereça uma segunda chance. E não digo isso apenas da Indy. Cria uma imagem ruim para o Brasil tentar receber até provas de outras modalidades no futuro”, afirmou Gancia, que também foi o responsável pela vinda da Indy a São Paulo entre os anos de 2010 e 2013. A prova de 2014 foi cancelada após a Prefeitura informar que não arcaria com os gastos para a realização do evento.

“Isso também é muito ruim para o automobilismo brasileiro. Está se perdendo uma grande oportunidade”, completou.

O representante da Indy no país afirmou ainda que o caso provavelmente acabará na Justiça.

“Foi um rompimento unilateral e quem rompeu foi o governo. Nós (Indy) contratamos e negociamos com a Band, que é a maior lesada. Mas em caso de ações judiciais, é um efeito em cascata. E ações podem não vir apenas por parte da Indy, como também dos torcedores”, afirmou.

Gancia descartou totalmente a possibilidade de uma outra cidade substituir Brasília no calendário deste ano. Assim, a etapa de abertura da temporada ocorrerá no dia 29 de março em St.Petersburg, na Flórida (EUA).

“Não existe chance de levarmos a prova para outro lugar. Não é de uma hora para outra que se organiza uma corrida assim. A seis semanas, é impossível”, disse Gancia.