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Em cobranças milionárias, bancos não acham Fittipaldi e veem contas vazias

Rodrigo Capote/UOL
Imagem: Rodrigo Capote/UOL

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

05/04/2016 06h00

Detalhes dos processos milionários de cobrança dívidas contra Emerson Fittipaldi, revelados pelo UOL Esporte nesta segunda-feira, expõem a situação delicada pela qual passa o bicampeão mundial de Fórmula 1. Nas ações, o ex-piloto deixa de honrar acordos e não é encontrado pelos credores; suas contas são penhoradas, mas os valores encontrados totalmente insuficiente para o pagamento das dívidas.

Uma das ações é movida pelo Banco Santander, que cobra de Fittipaldi e uma de suas empresas, a EF Marketing, o pagamento de um empréstimo de R$ 1,9 milhão. Na ação, o ex-piloto deixou de fazer os pagamentos. Em 2013, houve um acordo, que previa a quitação da dívida em um parcelamento de 80 meses. Ele também não foi cumprido. No período, Fittipaldi comprou casa de R$ 16 mi nos EUA em 2015.

Sem alternativa, o banco pediu a penhora dos valores em diversas contas de Fittipaldi e da empresa, mas não teve sucesso – a maior parte delas estava vazia. O valor encontrado foi de R$ 8 mil, longe de ser suficiente para quitar a dívida, que, a essa altura já estava em R$ 2,3 milhões.

O banco então requisitou a penhora de um sítio do piloto em Araraquara – o mesmo imóvel é alvo de penhora em pelo menos outros seis processos.

O Banco do Brasil, por sua vez, move sete ações contra o ex-piloto, com valores individuais que chegam, atualmente, a R$ 900 mil. O UOL Esporte teve acesso à integra de três delas – o banco também enfrenta problemas.

Nos processos, o Banco do Brasil não consegue encontrar Emerson Fittipaldi para que ele seja citado – em cada um deles, foram três tentativas, sem que tenha sido encontrado nos endereços oferecidos. A alternativa foi avisá-lo através de seus procuradores. Também nestas ações há penhoras de dois imóveis, ambos em Araraquara.

Considerando apenas execuções (modalidade de ação judicial específica para a cobrança de dívidas, normalmente já comprovadas), só no período entre janeiro de 2014 e os dias atuais, o ex-piloto é executado em 19 processos, entre São Paulo e Araraquara. Ao todo, aparece em mais de 60 ações em trâmite no Tribunal de Justiça de São Paulo.

A explicação do ex-piloto

Por meio de comunicado divulgado por assessoria de imprensa, Emerson Fittipaldi explicou que suas dívidas são "resultado de um cenário financeiro e político instável que o Brasil inteiro enfrenta". Leia o comunicado completo:

Com relação a recentes episódios veiculados nos meios de comunicação, Emerson Fittipaldi afirma que nunca omitiu dificuldades financeiras e que sempre esteve disposto a negociar com seus credores.

O volume de seus débitos, inferior a seu patrimônio, é resultado de um cenário financeiro e político instável que o Brasil inteiro enfrenta. Como todo brasileiro, Emerson Fittipaldi acredita que vai resolver esta questão com seu trabalho. Ele tem confiança no futuro do panorama econômico do país e na saúde financeira de suas empresas.

Emerson Fittipaldi enfatiza que nunca se negou a dar entrevistas sobre o assunto e que busca parcerias e soluções para esta situação. O escritório de Emerson sempre esteve aberto e acessível a todos no mesmo endereço há mais de 20 anos.

Os carros de competição e troféus conquistados pelo bicampeão de Fórmula 1 e das 500 milhas de Indianápolis pertencem a um Museu dedicado a todos os brasileiros que amam automobilismo e, assim que esta questão for resolvida, voltarão ao local de origem. Emerson lamenta muito o ocorrido, mas não se abate diante das dificuldades e está confiante na solução destes problemas.