Federação Cubana estuda permitir que atletas disputem ligas estrangeiras de vôlei
A Federação Cubana de Vôlei estuda um meio de permitir que seus jogadores consigam permissão para jogar por times estrangeiros, informaram neste sábado dirigentes esportivos do país. A medida baseia-se na mudança na lei de migração cubana, que entrou em vigor em janeiro deste ano. A partir de agora, os cubanos que tiverem seus passaportes em dia poderão viajar sem a necessidade de autorização prévia nem de carta-convite. No caso de atletas, porém, ainda há certas restrições.
“É um tema que estamos evoluindo. Hoje não há uma determinação (para atletas), mas estamos trabalhando, porque este é rumo do voleibol contemporâneo e temos que buscar as melhores fórmulas para poder estabelecermos aqui”, disse o novo comissário nacional de voleibol, Ariel Sainz, em entrevista à Radio Habana Cuba. “O tema é complexo e os jogadores devem ter a consciência de que a prioridade é a seleção nacional”, completou.
A reforma migratória entrou em vigor no último dia 14 de janeiro, neutraliza a lei de restrição de saída do país, vigente desde 1961.
Segundo o chefe de migração cubano Lamberto Fraga, porém, os os atletas profissionais continuarão enfrentando restrições e deverão pedir permissão especial para viajar para fora do país.
Para o secretário da Federação, Argelio Hernández o vôlei cubano “não está capacitado” para enviar jogadores para ligas estrangeiras por falta de “nível de profissionalismo”. Como argumento, ele relembra uma experiência parecida vivida em 1998 e 1998, quando jogadores cubanos foram permitido de disputar as Ligas da Itália e da Rússia.
“Vários jogadores que disputaram as ligas da Itália e da Rússia voltaram ao país lesionados, alguns com lesões sérias. Das 14 jogadoras que viajaram, sete voltaram lesionadas e o panorama foi parecido com os homens”.
Cuba é reconhecida como potência do vôlei e já conquistou cinco medalhas em Olimpíadas (três de ouro e duas de bronze) e oito em campeonatos mundiais (3 ouros, 3 pratas e 2 bronzes). No ano passado, porém, decepcionou ao não se classificar para os Jogos Olímpicos de Londres pela a primeira vez em quase cinco décadas.
Recentemente, figuras do esporte no país, como Eugênio George, atual presidente da Federação Cubana de Vôlei, e Regla Torrer, uma das treinadoras da seleção feminina, chegaram a ser premiados pela Federação Internacional de Vôlei. George como Melhor Treinador Feminino e Torrer Melhor Jogadora do século XX.
Segundo especialistas, o voleibol cubano está passando por uma crise por causa da saída de jogadores para fora do país, o que foi crucial para a exclusão das equipes feminina e masculina das Olimpíadas.
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