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Executivo da Volvo apita jogos de vôlei por prazer e surpreende campeões

Paulo Turci concilia a vida de alto executivo em Curitiba com as viagens do vôlei pelo mundo - Arquivo pessoal e Divulgação/Volvo
Paulo Turci concilia a vida de alto executivo em Curitiba com as viagens do vôlei pelo mundo Imagem: Arquivo pessoal e Divulgação/Volvo

Bruno Freitas

Do UOL, em São Paulo

01/08/2013 06h00

Conciliar carreiras distintas nunca é fácil, mas o paranaense Paulo Turci caprichou, com escolhas de duas trajetórias das mais exigentes. Alto executivo de carreira bem-sucedida na Volvo no Brasil, o administrador também atua como árbitro da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) há quase dez anos, em combinação que surpreende até campeões mundiais das quadras.

Turci foi jogador de vôlei na juventude, atuando em competições locais no Paraná, e membro da seleção estadual por três anos. Em determinado momento, durante estes anos, refletiu que era melhor dar um tempo no esporte, em nome de um horizonte que parecia mais generoso através da vida acadêmica.

"Foi uma decisão de ponto de vista de futuro. O esporte amador não tinha a perspectiva de quem pratica hoje, principalmente o voleibol. E eu não era um atleta excepcional, comparado aos atletas que existem hoje em dia. Decidi continuar os estudos e então parei de jogar", relata o gerente geral de negócios da montadora sueca, na unidade de Curitiba.

Anos adiante, já como funcionário da Volvo, Turci recebeu o convite para apitar jogos industriais e regionais, despertando a paixão pelo vôlei mais uma vez. Em 2004, o executivo fez curso da FIVB nos Estados Unidos e virou árbitro internacional. Hoje, anos depois, já acumula no currículo jogos internacionais do Mundial de Clubes do Qatar (2011), Copa do Mundo do Japão e, desde 2011, atua em partidas da Liga Mundial.

Segundo Paulo Turci, não é todo mundo do universo do vôlei que conhece sua outra ocupação. A informação chega a provocar alguma surpresa para jogadores. Certo dia o bicampeão mundial Murilo Endres interpelou o árbitro a respeito de sua vida fora das quadras.

"No ano passado o Murilo me chamou de canto na quadra. Me perguntou: 'fiquei sabendo que você é executivo da Volvo. O que você está fazendo aqui então?'. Então expliquei para ele que era uma atividade que eu gosto, que me completa, que o ambiente do esporte é gratificante para mim. No fim ele falou: 'nossa, muito bacana'. Procuro sempre tratá-los com respeito, para que eles vejam que, no fundo, por trás da entidade chamada arbitro, existe uma pessoa e um profissional com compromissos", relata.

O árbitro ainda cita outros nomes de destaque das quadras com que tem relação amistosa, como Giba, Bruninho, Wallace, William e Serginho. E ainda uma menção particular para Dante: "além da simpatia, é muito fácil apitar jogo dele".

A exigente rotina das duas atividades força Paulo Turci a uma engenharia de agenda para cumprir todas suas obrigações. No entanto, o executivo diz que hoje consegue conciliar responsabilidades nas duas frentes de forma equilibrada.

"O importante nessa hora é estabelecer equilíbrio e prioridade. A responsabilidade minha, profissional, é com a empresa com que tenho vinculo, por contrato. Mas existem elementos que auxiliam. Os jogos no Brasil costumam ser à noite, ou no final de semana. Quando tem competições fora, é sempre de curta duração, como a Liga Mundial. E a empresa oferece ferramentas de gestão que permitem a flexibilidade, como a jornada flexível. Posso trabalhar bastante em determinado período para compensar um ou dois dias. Ainda muitas das decisões não preciso estar presente, posso fazer remotamente", afirma o executivo, com 25 anos de Volvo.

Como toda pessoa envolvida no universo do esporte de alto rendimento, Turci tem como meta a participação em uma Olimpíada. Até aqui, no entanto, elege duas finais de Superliga como os momentos mais especiais de sua carreira.

"As finais de Superliga foram duas partidas marcantes. A final de 2013, no Maracanãzinho [Rio de Janeiro x Cruzeiro], e a final de 2010, Mineirinho [Sesi x Cruzeiro]. Esta foi minha primeira final minha de Superliga, apitando um jogo com 17 mil pessoas", recorda.