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Redução dos sets para 21 pontos na Superliga incomoda jogadores e técnicos

Jogadoras das equipes que disputarão a Superliga 2013/2014 participam do lançamento do torneio - Alexandre Arruda/CBV
Jogadoras das equipes que disputarão a Superliga 2013/2014 participam do lançamento do torneio Imagem: Alexandre Arruda/CBV

Luiz Paulo Montes e Paula Almeida

Do UOL, em São Paulo

05/09/2013 16h31

A cada Superliga, uma nova mudança. E, como na maioria das vezes, atletas e técnicos descontentes em um primeiro momento.  A redução dos sets de 25 pontos para 21 para a Superliga 2013/2014, lançada nesta quinta, não agradou muito aos envolvidos.

Com o intuito de diminuir o tempo de jogo e não prejudicar a grade de programação da Globo, detentora dos direitos de transmissão, a CBV implantou a mudança. Na opinião dos jogadores, a diminuição fará com que obviamente a exposição dos clubes e patrocinadores seja menor, especialmente na TV aberta.

“Inicialmente eu não gostei. Se essa mudança nos desse mais espaço na TV, mais exposição, eu entenderia. Tem torcedor que vai sair de longe, demorar 40 minutos para chegar no ginásio, e vai ver um jogo rápido", afirmou Sheilla ao UOL Esporte.

"É engraçado, no Japão fazem de tudo para alongar o tempo de exposição. Tem intervalo de 10 minutos do segundo para o terceiro set, a parada técnica é mais longa. Aqui querem diminuir. É muito diferente. Espero depois ver pontos positivos, mas ainda vejo mais negativos”, completou a oposto.

José Roberto Guimarães, técnico da seleção brasileira feminina e do Vôlei Amil, preferiu não emitir uma opinião sobre o assunto por ainda não ter dirigido a equipe no novo sistema – como estava com o Brasil no Grand Prix, o time de Campinas tem sido comandado pelo auxiliar Cláudio Pinheiro. Mas mostrou-se resignado pelas frequentes ‘novidades’.

“Muitas mudanças estão acontecendo no voleibol, e isso me preocupa um pouco. Eu ainda quero esperar um pouco mais para emitir minha opinião”, afirmou o treinador tricampeão olímpico.

Campeão olímpico em 2004, Ricardinho acumulará nesta temporada a função de levantador e presidente do Moda Maringá. Dentro de quadra, ele admite que tem sentido dificuldades nos companheiros de se adaptarem à nova pontuação, que torna as partidas mais rápidas e dificulta uma possibilidade de reação de uma equipe que chega ao segundo tempo técnico, agora nos 14 pontos, atrás do placar.

“É difícil se adaptar. É muito diferente. Eu senti a equipe sem timing. Obviamente a gente vai ter que se adaptar. Não sei se vai dar certo, é melhor esperar o final da temporada para avaliar. Eu fui um cara que sempre me adaptei bem às mudanças do voleibol. Mas eu estou sentindo a equipe um pouco perdida nas pausas. Um set que você podia pensar em virar aos 18, 19 pontos, agora você não tem mais esse tempo para recuperar. Você pode praticamente perder por um detalhe", declarou o levantador. 

Alguns jogadores e técnicos reclamaram em conversas com a reportagem do UOL Esporte de que não houve sequer uma consulta a eles sobre a mudança. "É complicado, a televisão pediu, a CBV acatou e nós é que saímos prejudicados. Temos de nos adaptar o quanto antes, ou saímos perdendo. Quem demorar um pouco mais para entrar no ritmo, pode perder o campeonato. É justo?", indagou um jogador, que pediu para não se identificar.