Topo

Ricardinho se anima como dirigente e pede envolvimento de contemporâneos

Quiroga, Douglas Chiarotti, Ricardinho e Lorena, do Moda Maringá, durante o lançamento da Superliga - Reprodução/Facebook Moda Maringá
Quiroga, Douglas Chiarotti, Ricardinho e Lorena, do Moda Maringá, durante o lançamento da Superliga Imagem: Reprodução/Facebook Moda Maringá

Luiz Paulo Montes e Paula Almeida

Do UOL, em São Paulo

05/09/2013 16h51

Há pouco mais de três meses, a rotina de Ricardinho mudou. Antes preocupado apenas em entrar em quadra e, no máximo, intermediar questões entre jogadores e dirigentes, agora o ex-levantador da seleção brasileira acumula uma função ainda mais importante, a de presidente do clube que ele mesmo fundou, o Moda Maringá. O escritório virou ponto de parada no percurso entre a casa e o ginásio, e assinar papéis agora é uma das atividades diárias do campeão olímpico. Mas apesar do desgaste natural, ele diz estar adorando a ‘vida dupla’.

“Quando você chega numa equipe pronta, você vai simplesmente se preocupar em jogar, é um negócio muito profissional. É muito prazeroso participar de um projeto novo e fazer com que ele cresça. Eu estou curtindo. Foi muito difícil, muito rápido, não tive tempo de bater na porta de cada um com tranquilidade. Recebi muito sim, recebi alguns não. Mas eu estou gostando dessa parte burocrática”, afirmou Ricardinho ao UOL Esporte durante o lançamento da temporada 2013/2014 da Superliga.

“Nessa primeira temporada do Moda Maringá, eu estou mais preocupado com a estrutura para os jogadores. Eu mais do que ninguém sei como é importante ter a família por perto. É uma parte que eu estou colocando muito carinho. Mas a cada dia é uma coisa nova”, completou.

Prestes a completar 38 anos, Ricardinho sabe que seu tempo útil de atleta está chegando ao fim e admite ter dificuldades em pensar como será a vida após a aposentadoria nas quadras. Para amenizar a dor, ele se apega à empolgação vivida com suas novas funções atrás de uma mesa.

“É difícil ainda pensar em sair da quadra, eu até me emociono um pouco, porque sei que essa hora está chegando”, afirmou ele, com os olhos ligeiramente marejados. “Sei que meu caminho está praticamente certo nessa nova função, mas é duro sair das quadras. Só que longe do vôlei eu não vou ficar”.

Contando por enquanto apenas com muita motivação e com a experiência adquirida como capitão, Ricardinho pretende se aperfeiçoar como dirigente. Para tanto, conta com a ajuda do irmão, diretor de uma grande multinacional, para receber os primeiros conselhos, conhecer especialistas e procurar cursos a fazer ao final da carreira.

Mas o paranaense não quer ser um caso isolado dentro do vôlei. Ricardinho torce para que outros veteranos e ex-jogadores também se engajem nos bastidores da modalidade e convoca parceiros que conquistaram o ouro olímpico ao seu lado em Atenas-2004 para entrar nessa área.

“Eu peço aos jogadores da minha geração que entrem a fundo nesse mundo para que os jogadores atuais não saiam do Brasil, que foi o que aconteceu com a gente. Estou muito satisfeito de poder fazer isso. Espero mesmo que outros da minha geração entrem nisso, sendo diretor, sendo coordenador, sendo dirigente para que a gente dê as condições de manter essa nova geração da seleção brasileira aqui”, comentou, elogiando o central Gustavo por já estar atuando como atleta e dirigente no Canoas. “Eu quero que mais jogadores apareçam, jogadores que têm muita força, que quando batem na porta, são muito bem recebidos”.