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Ex-atleta da geração de prata vira dono de pousada e se afasta do vôlei

Luiz Paulo Montes

Do UOL, em São Paulo

24/09/2013 06h00

Das quadras de vôlei para um mundo ‘recluso’. Depois de viagens pelo mundo, o descanso no interior. É assim que Badalhoca, nome que ficou conhecido, Antônio Carlos Gueiros Ribeiro, membro da famosa Geração de Prata da seleção masculina de vôlei, vive atualmente.

Diferentemente de muitos de seus companheiros na conquista do vice-campeonato olímpico de Los Angeles-1984, que seguiram envolvidos com o esporte, Badá, como também era chamado, preferiu investir em uma vida mais calma. Há 15 anos, é dono de uma pousada no interior do Rio de Janeiro, em Visconde de Mauá.

Do vôlei, restaram as lembranças, os prêmios e os bate-bolas entre veteranos do esporte. Mas Badalhoca abriu mão de qualquer possibilidade de seguir carreira como técnico ou dirigente no esporte, como fizeram Renal Dal Zotto, Bernardinho, William Carvalho...

“Eu procurei uma vida alternativa. É um ambiente gostoso, nada de comércio grande. Eu nunca tive a ambição de ser treinador, dirigente, de seguir no esporte. Não tenho essa habilidade. Gostaria de ser como Bernardinho, mas não sou. Estou muito satisfeito com a minha vida”, afirmou Badalhoca, em entrevista ao UOL Esporte.

Aos 56 anos, o ex-jogador mudou-se para a atual pousada com 42. Casou-se e teve uma filha, Antonia. As idas para o Rio de Janeiro, onde morou algum tempo, tornaram-se esporádicas. Adaptado à vida pacata, vai para a capital somente para reencontrar amigos e familiares.

“O esporte foi muito bom, me deu muitos amigos, mas não é obrigação de ninguém seguir carreira esportiva só porque foi jogador.  Estou tranquilo, sossegado aqui no meu canto. Não tenho ambição de ser rico, vivo bem, a vida aqui é mais barata. O Rio está muito caro”, disse.

O 'namoro' com o campo começou quando ainda estava no começo de sua carreira. Entre viagens pelo mundo, já aos 22 anos, conheceu o local, encontrou um terreno à venda e resolveu investir. Depois de muitos anos, aposentado e casado, resolveu montar a pousada, de onde tira sua renda atual. 

"Eu conheci o lugar, gostei da região, vi águas cristalinas... Quando resolvi vir para cá, um monte de gente falou: 'Badá, é fim do mundo, é longe'. Mas eu gostei, oras. Vim, arrumei uma mulher bacana, que me deu uma filha, e vivo muito bem", completou o ex-atacante.

Da geração de prata, Bernardinho virou técnico, conquistou todos os títulos possíveis à frente da seleção brasileira masculina, onde segue até hoje, e também dirige a Unilever na Superliga feminina; Renan Dal Zotto é dirigente de vôlei; Bernard Rajzman recentemente virou membro do COI (Comitê Olímpico Internacional); Marcus Vinicius Freire é superintendente executivo do COB (Comitê Olímpico Brasileiro); Montanaro é supervisor do Sesi/SP; William Carvalho é técnico; Amauri Ribeiro é envolvido com vôlei sentado;  Xandó e Fernandão estiveram envolvidos com cargos nas Secretarias de Esporte de Cubatão e Itaboraí (RJ); Domingos Maracanã é delegado de jogos na Superliga, e Rui Campos tem cargo esportivo no Sesi.

  • Arquivo Pessoal

    Badá e sua esposa, Ana Cristina, sentados na pousada em que são donos, em Visconde de Mauá