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Em crise, Eike retira patrocínio de campeão da Superliga de vôlei

OGX, marca do empresário Eike Batista, deixará de estampar o espaço nobre da camisa do time carioca - Caroline Couto/Divulgação
OGX, marca do empresário Eike Batista, deixará de estampar o espaço nobre da camisa do time carioca Imagem: Caroline Couto/Divulgação

Luiz Paulo Montes

Do UOL, em São Paulo

30/11/2013 06h00

A crise financeira de Eike Batista refletiu de maneira negativa no vôlei. O empresário retirou o patrocínio principal do RJX, atual campeão da Superliga masculina, que agora corre atrás de um novo investidor para o espaço máster da camisa.

O UOL Esporte apurou que o valor anual que Eike investia no RJX era em torno de R$ 8 milhões. A crise do empresário, aliás, já tinha refletido na equipe antes da temporada, já que ele cortou em cerca de 40% a verba em relação à última Superliga.

“Lamentavelmente perdemos uma cota importante de patrocínio e estamos correndo atrás para conseguirmos outro apoio. Estamos indo bem nesse sentido, com alguns contatos já feitos, e falta consolidar. Temos algo muito bem encaminhado”, afirmou José Inácio Salles, supervisor da equipe.

Com a retirada do apoio de Eike Batista, a equipe sediada no Rio de Janeiro mudará até mesmo de nome, e passará a se chamar RJ Esportes. A mudança poderá ser vista provavelmente já neste sábado, quando o time enfrenta o Vôlei Brasil Kirin, de Campinas, pela Superliga.

A equipe só não corre riscos de fechar as portas em meio à disputa da competição nacional pois foi precavida. Ciente que o empresário não andava bem financeiramente, a diretoria conseguiu fechar com patrocinadores (Furnas e Grupo Petrópolis) que ajudam a manter as finanças em dia. No entanto, o projeto teve de sofrer algumas alterações.

“Temos uma lacuna a ser preenchida, e vamos conseguir. Mas é lógico que essa saída atrapalha. Tivemos que redimensionar o projeto, fazer uma reestruturação. Infelizmente acontece, e temos que dar continuidade.

“Não se pode mais ficar na mão de uma pessoa. Nos dois primeiros anos era somente o Eike. Mas ter outros investidores dá uma segurança maior.

Não vou dizer que está tudo bem, nós tivemos que replanejar tudo e ir firme para frente. Mas temos um buraco na camisa. Não temos mais o conforto que tínhamos, é claro, mas temos que seguir. Vamos em frente”, finalizou Salles.

IMX é afetada por instabilidade de Eike, mas ‘salva negócios’

Outro grande investimento de Eike Batista no esporte, a IMX, grupo que representa a fusão do empresário com a IMG, a maior empresa de entretenimento do mundo, também é afetada pela instabilidade econômica do empresário.

“Esse mercado é muito difícil com custo mais altos por causa do dólar e a própria renda do brasileiro que se acomodou”, disse o CEO da IMX, Alan Adler, ao UOL Esporte. “Toda a estruturação (de Eike Batista) acaba que afeta um pouco, gera uma incerteza, isso é normal. As pessoas perguntam muito: ‘como estão as coisas aí?, ‘O que está acontecendo?’ , completou.

No entanto, a empresa ainda é considerada um dos únicos negócios rentáveis do empresário atualmente, de acordo com fontes ligadas a ele. “Estamos bem. Somos uma empresa saudável financeiramente. Temos a sorte de ter ativos rentáveis e um portfólio bastante saudável. A gente entrega bons produtos, por aí que conseguimos reverter o quadro”, afirmou.

A IMX tem como um dos carros chefes os eventos esportivos. É detentora dos direitos de organização do Rio Open, primeiro torneio ATP 500 que será realizado o Rio de Janeiro, além do Volvo Ocean Race, dos principais torneios de golfe do país e produz os eventos do UFC. Também é responsável por 5% do consórcio do Maracanã.

Outro pilar importante da empresa é o gerenciamento da carreira de Neymar e outros atletas de menor porte. Fora do esporte, os grandes negócios são os direitos do Rock in Rio e do Cirque du Soleil na América do Sul.