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Brasil vence clássico com Cuba e passa como 1º da chave no Mundial de vôlei

José Ricardo Leite

Do UOL, em Katowice (Polônia)

07/09/2014 17h27

Tudo bem que a seleção cubana que veio ao Mundial de 2014, na Polônia, não lembra as mais históricas do país, mas vencer o tradicional rival do vôlei é sempre bom. Ainda mais com os 3 a 1 (22-25, 25-23, 25-18 e 25-17) garantindo a primeira colocação do grupo B e boa vantagem para a seguinte.

Diante de um time cubano renovado e muito jovem (média de 21,9 anos), os comandados do técnico Bernardinho viram um jogo com cara daqueles de antigamente, e com toda a torcida da Spodek Arena contra. Novamente começaram mal e erram muito, assim como no sábado, quando passaram aperto e só venceram a limitada Coreia do Sul no tie-break em uma performance com muitos erros defensivos.

A equipe mudou de postura e obteve a virada sobretudo depois que alguns jogadores do banco entraram e mudaram o rumo, como Bruninho, Lipe e Vissotto.

O triunfo da noite deste domingo, em Katowice, foi o quinto em cinco jogos da seleção de Bernardinho, que havia batido antes Alemanha, Tunísia, Finlândia e Coreia do Sul. Agora, na segunda fase, enfrentará os quatro classificados do Grupo C (China, Bulgária, Canadá e Rússia).

Na próxima etapa, os países de uma chave só enfrentam os da outra que vão cruzar (A contra D e B contra C) e são levados os resultados da primeira fase, exceto os jogo contra os países que foram eliminados (no caso do Brasil, serão levadas só as vitórias sobre Alemanha, Finlândia e Cuba, os outros três do grupo que passaram). O próximo jogo será contra a Bulgária, na próxima quarta-feira, às 11h30 (horário de Brasília).

Fases do jogo: Depois de dar descanso a Lucão, Lucarelli, Wallace e o líbero Felipe no sábado, Bernardinho mandou todos a quadra e colocou o que tinha de melhor no início. Como tem ocorrido na maioria dos jogos da primeira fase, o Brasil começou mal e viu os rivais abrirem vantagem na parte inicial. Cuba chegou a fazer 8 a 5 ao dificultar a recepção com saques forçados. Mas, pouco depois, os brasileiros começaram a colocar bem o serviço também. Em boa sequência de Sidão, o time conseguiu tirar a diferença e empatar. Depois disso, voltou a errar muito, sobretudo no ataque, que parava no bloqueio rival. Os cubanos se aproveitaram e fecharam em 25-22.

O segundo set não foi muito diferente no início, e o Brasil errava demais, principalmente na troca de passes. Cuba ia abrindo vantagem e chegou a fazer 14 a 10. Foi aí que Bernardinho decidiu fazer trocas na equipe. Lipe, Bruninho, que ainda se recupera de lesão, e Leandro Vissotto entraram para as saídas de Wallace, Raphael e Lucarelli. Ali começou a reação brasileira. Os dois primeiros, principalmente, transmitiram muita vibração ao time, que ficou mais rápido. Os ataques entraram mais facilmente, e o ânimo parece ter ajudado no bloqueio, que passou a funcionar. Com bons saques de Vissotto e Sidão impecável nas redes, o set foi fechado em 25-23.

A partir daí o time se encontrou de vez, e o terceiro e quarto sets foram de ampla superioridade brasileira. O que mais incomodou foi o alto bloqueio cubano, que sempre estava na jogada. As dificuldades maiores eram nas bolas de meio. Mas o saque rival, quando não era errado, entrava sem dificuldade para a recepção. Com postura absolutamente diferente do primeiro set, a equipe passeou nas últimas duas parciais.

O melhor: Jimenez. O ponteiro de 24 anos assumiu a responsabilidade e virou as principais bolas cubanas. Foi quem mais deu trabalho ao Brasil e colocou pressão. Cada vez que não era acionado, as coisas se complicavam.

O pior: Wallace. Sempre regular e com poucas falhas, Wallace errou muitos ataques nesta noite e também saques.

Toque dos técnicos:

Pela primeira vez nesta primeira fase, Bernardinho fez trocas por atacado e colocou três jogadores de uma vez para mudar o rumo do jogo no segundo set, quando os brasileiros chegaram a estar quatro pontos atrás. Depois disso, não trocou mais.  

Para lembrar:

Só três das 24 seleções não perderem nenhuma partida e venceram todas as cinco; Brasil, Rússia e Polônia.

A seleção terá dois dias de folgas agora após cinco jogos em sete dias na primeira fase. No sábado, depois da difícil vitória sobre a Coreia, Bernardinho chegou a dizer que alguns jogadores estavam desgastados.

Um dos nomes citados foi o de Lucarelli, com dores musculares. Não à toa, o ponteiro que vinha sendo o principal pontuador do time não estava em suas melhores noites contra os cubanos.