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Brasil arrasa Bulgária e já começa líder em nova fase do Mundial de vôlei

José Ricardo Leite

Do UOL, em Katowice (Polônia)

10/09/2014 13h12

Concentrada do início ao fim e sem dar chance alguma para o adversário. Em partida quase impecável, a seleção brasileira masculina de vôlei arrasou a Bulgária por 3 sets a 0 (25-15, 25-21 e 25-21), nesta quarta-feira, em Katowice (Polônia), e estreou na segunda fase já como líder da chave.

A partida contra os búlgaros em nada lembrou os dois últimos confrontos, diante de Coreia do Sul e Cuba, quando a equipe de Bernardinho teve início ruim e chegou a passar muitos sustos, sobretudo contra os coreanos. Os brasileiros tiveram regularidade e não vivenciaram susto algum. E a Bulgária havia feito um bom jogo contra a Rússia no domingo. Abriu 2 a 0 e levou a virada.

O Brasil lidera o Grupo F da segunda fase, com 12 pontos no total, fruto de quatro vitórias. No atual estágio, são levados os resultados anteriores da primeira fase, exceto diante dos times que não avançaram (no caso brasileiro, os jogos contra Tunísia e Coreia do Sul são descartados). Estão agora contabilizados os triunfos sobre Bulgária, Cuba, Finlândia e Alemanha.

Apenas os três primeiros colocados dos oito da chave brasileira se classificarão para a fase seguinte. Esta próxima etapa terá também outros três que sairão do outro grupo (formado por Polônia, Sérvia, Argentina, França, Irã, Estados Unidos, Itália e Austrália. Os seis que sobrarão (três de cada grupo) formam dois triangulares dos quais avançam dois times de cada um para fazer as semifinais.

O Brasil volta quadra na próxima quinta-feira, quando encara a seleção da China, às 11h30 (horário de Brasília). No sábado encara ao Canadá, e um dia depois, a Rússia. Além dos quatro, o grupo tem Cuba, Finlândia e Alemanha.

Fases do jogo:
Depois de dois jogos instáveis, principalmente no início, o Brasil começou bem e sem dar chances. O bloqueio estava ligado e sempre no tempo de toda jogada de ataque búlgaro, sobretudo com Lucão e Wallace. Em uma sequência de saques de Bruninho, o Brasil abriu 5 a 0 e só levou seu primeiro ponto quando ele errou o serviço. A Bulgária não acertava os prometidos saques forçados, e a maioria dos que entravam não eram os mais fortes. Com o passe funcionando, o Brasil deitava e rolava no ataque. Em ritmo de passeio e com tudo dando certo, o primeiro set foi fechado com dez pontos de vantagem (25 a 15).

Os búlgaros pareciam menos assustados no segundo set e equilibraram mais as ações. O bloqueio muitas vezes funcionou e pegou o ataque brasileiro. Mas quando os saques brasileiros entravam, era difícil. E o bloqueio continuava bem. Sidão e Lucarelli garantiram o 24º ponto, e o primeiro executou a bola rápida de meio que fechou o set.

O momento de maior dificuldade foi no terceiro. Os saques passaram a entrar, e o Brasil não conseguia trabalhar as jogadas. A Bulgária chegou a abrir 11 a 7. Aos poucos, a equipe foi tirando a diferença, também na base do saque forçado que entrava. Lucarelli passou a ser o mais acionado e colocava todas no chão. Bernardinho colocou Raphael e Leandro Vissotto quando perdia por 17 a 16. Em dois saques do levantador, virou pra 18 a 17 e assumiu a liderança pela primeira vez. Depois, foi tranquilo até a vitória.

O melhor: Wallace. Um dos termômetros do time, quando vai bem, o time geralmente o acompanha. Nesta tarde o oposto não só teve bom aproveitamento nas viradas de ataque, mas também deu ace e estava com o tempo de bloqueio afinado.

O pior: Andrey Zhekov. A distribuição de bolas para os atacantes foi deficiente. Telegrafou várias jogadas, além de errar saques.

Toque dos técnicos:

Com tudo dando certo desde o começo, Bernardinho nem precisou agir na base do grito nesta partida. Passava as instruções com gestos e face de maior tranquilidade. De maneira não habitual, mexeu no time já no primeiro set, quando colocou o levantador Raphael e o oposto Leandro Vissotto. Só foi pedir seu primeiro tempo no segundo set.

Para lembrar:

Com jogo à tarde, o público da Spodek Arena passou longe dos melhores, quando o Brasil jogou à noite em suas quatro últimas partidas. Ainda assim havia muitas camisas brasileiras usadas por poloneses, sendo muitas delas crianças.

Bernardinho não falou sobre o tema e dificilmente falará abertamente, mas é possível que no jogo contra a China use ainda mais o banco de reservas. O cansaço tem sido uma preocupação do grupo, e após a folga de sexta, a sequência de jogos com Canadá e Rússia, principalmente, tende a ser mais desgastante do que as duas primeiras.