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Chegou a hora de o Brasil encarar a rival Rússia: "será uma guerra"

José Ricardo Leite

Do UOL, em Katowice (Polônia)

13/09/2014 18h00

Se a hora da verdade no Mundial masculino de vôlei só chega na próxima semana, com o início da terceira fase, neste domingo às 11h30 (horário de Brasília) ao menos a seleção brasileira poderá saborear uma boa prévia do clima de decisão e rivalidade. Após a vitória por 3 sets a 0 sobre o Canadá, agora o próximo adversário será a seleção da Rússia, mais tradicional rival do brasileiros em jogo que é considerado o maior clássico do esporte.

Mesmo cientes de que tinham que pensar passo a passo, era difícil para os brasileiros esconderem que o duelo é sempre o mais aguardado. "Com certeza a gente sempre pensa na Rússia, é uma motivação incrível poder jogar contra eles, e tudo que pode nos motivar é bom", falou o levantador Raphael.

"É um jogo muito duro e que vale muito. Será uma guerra de vida ou morte", falou o capitão russo Sergey Makarov, logo após a vitória por 3 a 0 sobre a Alemanha.

Os dois países  já fizeram diversas finais das mais importantes e variadas competições, mas nos últimos quatro anos ampliaram o domínio no esporte em duelos quentes.  Em 2010, o Brasil venceu a final da Liga Mundial, mas no ano seguinte levou o troco também na decisão. Nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, os brasileiros venceram bem na primeira fase, mas acabaram levando a virada na final depois de abrirem 2 a 0.

Novos encontros aconteceram desde então. Na Liga de 2012, deu Rússia na final. Na Copa dos Campeões de 2013, novo encontro, com os russos levando a melhor de virada, mas quem acabou como campeão foi o time de Bernardinho. E há meses atrás se enfrentaram pela Liga Mundial, com um 3 a 0 fácil do Brasil.

“É o clássico do voleibol mundial, aquele jogo que todo mundo quer assistir e ver. Eles gostam de jogar contra a gente e nós gostamos de jogar contra eles. Ficamos felizes de rever esse desafio agora”, falou o líbero Mário Jr.

“A Rússia é nosso adversário eterno nos últimos anos, com certeza pensamos na Rússia antes de começar o torneio”, disse Leandro Vissotto.
 
A partida pode não ter tanto valor em termos de classificação, já que os dois times já estão classificados para a próxima fase. O duelo vale o primeiro lugar da chave, mas ainda assim isso pode não ter tanto valor porque os próximos adversários que virão serão oriundos de sorteios dos segundo e terceiro colocados de cada grupo. Mas não ache que isso signifique um Brasil x Rússia menos importante.

“É mais um desafio importante, eles vão crescendo. A Rússia é um dos jogos mais difíceis que teremos nesse Mundial, tem que ir com tudo. É importante também pra ganhar moral e não deixar eles crescerem. E uma vitória dessa dá moral não só pro grupo todo, mas para que os jogadores cresçam. Ganhar deles é sempre gostoso”, falou o central Lucão.

“Com certeza  é o time a ser batido, e concretizando a vitória teremos o primeiro lugar. Vamos estudar bastante o time deles, pra ter forças e aniquilar mesmo”, endossou o central Sidão.

Quem vencer ficará em primeiro do Grupo F. A única garantia que isso dá é não cruzer com o primeiro do Grupo E na próxima fase, já que os segundo e terceiro colocados serão sorteados. Nem a permanência na sede de Katowice é garantida, pois depende da classificação da Polônia na outra chave (o país anfitrião tem necessariamente que jogar na sede de Lodz, e caso não avance como primeiro e seja sorteado para o chave do primeiro do Grupo F, este mudará de sede).

Mas as possibilidades de ficar na mesma cidade em que está desde a primeira fase são maiores se for primeiro do que como segundo, o que motiva os brasileiros. “Não mudar de cidade é extremamente importe, não tem o desgaste de mudar de hotel e toda essa questão. É bom ficar por aqui”, falou Lucão.

Somente brasileiros e russos venceram todas as suas oito partidas até agora no Mundial. O time tricampeão mundial tem 18 pontos, um a mais do que os rivais, pelo fato de os russos terem vencido a Bulgária por 3 sets a 2 na primeira fase, placar que vale apenas dois pontos.

Na próxima etapa, os três classificados se juntam aos três melhores do grupo E (Polônia, França, Estados Unidos, Irã e Sérvia disputam essas vagas) e disputarão dois triangulares em que sairão dois de cada um para as semifinais.