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Brasil ignora provocação, e russo é que leva vermelho: "tem que dar risada"

José Ricardo Leite

Do UOL, em Katowice (Polônia)

14/09/2014 15h22

“Temos que ter cabeça boa e saber que é na bola que é difícil batê-los”. A frase do capitão Bruninho no um dia antes parece ter sido levada a sério e foi cumprida à risca pela seleção brasileira masculina de vôlei neste domingo, em Katowice, na Polônia, no clássico contra a Rússia.

Na vitória por 3 sets a 1 neste domingo, pela última rodada da segunda fase do Mundial, o time brasileiro foi sereno o tempo todo, mesmo quando vivenciou seu set mais difícil no jogo, o segundo, que foi vencido pelos russos de virada.

O marrento e provocador Spiridonov bem que tentou desestabilizar com seus tradicionais gritos e olhares para o outro lado da rede, mas encontrou um elenco que ignorou completamente suas ações. O oposto Morov, antes de sair machucado, foi outro que tentou dar encaradas para intimidar. E nada.

No final, quem se desestabilizou o foi próprio time da Rússia, com o levantador Makarov, que gritou e depois foi repreendido com cartão vermelho pelo árbitro.

“Nos preparamos bem mentalmente e sabemos como poderiam desestabilizar a gente na questão da provocação. A gente só ria. Você viu o cara ali, tomo cartão vermelho porque ficou gritando em cima de mim. É um cara que faz isso sempre, o negócio é ignorar e dar risada”, comentou Leandro Vissotto, após a partida.

O oposto entrou no jogo na vaga de Wallace, que saiu lesionado no segundo set, e acabou como o maior pontuador da partida, com 15 pontos.

Além da estabilidade emocional, outro fator que pesou na vitória brasileira foi serviço que entrou muito bem e dificultou a distribuição de jogo da equipe russa. O gigante Muserskiy, de 2,18 m, teve poucas chances mediante as recepções quebradas que sua equipe teve que fazer após os saques entrarem.

“Sacamos bem e pusemos pressão no passe deles. Mantivemos o balanço e tivemos bom passe mesmo nos saques forçados Tivemos uma rotação rápida, foi uma boa vitória”, falou o técnico Bernardinho.

“A gente começou sacando muito bem de novo, quebramos bastante o passe deles. Eles tiveram a dificuldade com a perda dos opostos, querendo ou não faz muita falta”, endossou o central Lucão.

O triunfo valeu a primeira colocação do Grupo F, com 21 pontos. O Brasil, único time que venceu suas nove partidas, agora aguarda sorteio que deve acontecer por volta das 20h (horário de Brasília) para saber quais equipes farão parte de seu grupo em um dos triangulares finais do torneio. O único fato concreto é que não cruzará com o primeiro do Grupo E. Já os segundo e terceiro colocados que vão para os triangulares serão definidos via sorteio.

Existe até a chance de um novo confronto com os russos caso eles sejam o segundo colocados sorteados para o grupo brasileiro. A terceira vaga do Grupo F para a fase final será decidia na partida entre Alemanha e Canadá. No Grupo E, França, Irã e Polônia já estão classificados, mas ainda sem a definição das ordens de primeiro, segundo e terceiro colocados.

O Brasil volta a jogar na próxima terça-feira, às 16h15 (horário de Brasília), contra adversário ainda indefinido.

Preocupações

O Brasil terá praticamente dois dias para recuperar três de seus principais atletas para o primeiro jogo do triangular final que disputará nesta semana. Wallace torceu o tornozelo esquerdo e saiu mancando do jogo. Teve que abandonar o jogo no segundo set.

Já Sidão foi poupado no terceiro set em função de dores no joelho direito e deixou o terceiro set só por precaução. O mesmo ocorreu com o ponteiro Murilo, com saiu no último set por uma fisgada na coxa direita. O último fará exame na segunda para saber a gravidade.

“O Wallace chocou o pé de forma acidental, estava mancando e temos que esperar. O Sidão vem carregando um problema quando salta, vamos aguardar e foi melhor ter poupado.  Já o Murilo talvez tenha feito sua melhor partida dele hoje e vamos esperar pela recuperação”, falou o técnico Bernardinho.