Ignorar "marrento" e parar gigante são desafios do Brasil contra Rússia
Quem assistir a um jogo de Alexey Spiridonov ganha, além de sua apresentação técnica, a performance de um agitador que apimenta muito uma partida de vôlei. O ponteiro da seleção russa exibe uma impressionante marra, com provocações verbais e olhares desafiadores para os adversários.
Sorrisos com tom de deboche após os pontos parecem ser mais importantes do que comemorá-los ao lados dos companheiros de equipe. É batida no peito, berros e mãos e boca que não param. Tem até dancinha quando marca pontos. E ignorar o falastrão russo é um dos desafios da seleção brasileira masculina neste domingo, às 11h30 (horário de Brasília), em jogo que vale a primeira colocação do Grupo F do Mundial.
Velho conhecido dos recentes duelos entre os dois países, Spiridonov parece já não incomodar tanto o Brasil. Após irritar alguns atletas em jogos passados, na Liga Mundial desse ano ele tentou, como sempre, provocar. Mas os brasileiros foram frios e venceram por 3 a 1.
“Tem o Spiridonov (como provocador), mas não existe muito dos outros não, tem rivalidade que é normal porque decidimos muitas coisas nos últimos quatro anos. Não tem tanta provocação assim dos outros não, e se tiver temos que ter cabeça fria. Na Liga Mundial ele tentou fazer alguma cosia e foi pro banco, e na Copa dos Campeões fizemos 2 a 0 e ele não fez nada foi pro banco. Depois perdemos por méritos técnicos deles, mas tem que ter cabeça boa e saber que é na bola que é difícil batê-los. Temos que nos concentrar”, falou o capitão brasileiro Bruninho.
Na questão técnica dita pelo levantador da seleção de Bernardinho, a jogada mais potente é com o central Dmitriy Muserskiy, maior gigante do Mundial, com seus 2,18 m. “Ele é uma bola de segurança do time deles. Eles têm mais bons jogadores, mas o saque tem que funcionar muito bem para complicar a distribuição para o Muserskiy”, falou Bruno.
Além do saque forçado, os centrais terão grande responsabilidade ao tentar freá-lo no bloqueio e evitar suas travadas nos ataques brasileiros. Na Liga Mundial deste ano, coube a Lucão esta função e o Brasil venceu por 3 a 1.
“No último jogo da Liga Mundial conseguimos quebrar um pouco ele. Ele está fazendo um grande Mundial pro time deles, vai ser um papel complicado meu e do Sidão ali”, falou o central.
“A gente tem que pensar em sacar bem. Nosso saque esta melhorando bastante e entrando facilita bem, é uma peça importante a menos pra marcar. Se o saque não entrar, temos que tentar jogar bem taticamente como foi último jogo da Liga, quando amortecemos bem a as bolas deles. O Bernardo fez um bom trabalho ali casando o Lucão com ele (Muserskiy); conseguimos amortecer bastante as bolas dele”, lembrou Sidão.
Somente brasileiros e russos venceram todas as suas oito partidas até agora no Mundial. O time tricampeão mundial lidera o Grupo F com 18 pontos, um a mais do que os rivais, pelo fato de os russos terem vencido a Bulgária por 3 sets a 2 na primeira fase, placar que vale apenas dois pontos.
Na próxima etapa, os três classificados se juntam aos três melhores do grupo E (Polônia, França, Estados Unidos, Irã e Sérvia disputam essas vagas) e disputarão dois triangulares em que sairão dois de cada um para as semifinais.
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