Topo

9 vitórias que não valem nada. Agora começa um outro Mundial para o Brasil

Brasil entrou em quadra contra a Rússia já classificado - FIVB/Divulgação
Brasil entrou em quadra contra a Rússia já classificado Imagem: FIVB/Divulgação

José Ricardo Leite

Do UOL, em Katowice (Polônia)

15/09/2014 06h00

Único time invicto, com nove vitórias em nove partidas. Apenas quatro sets perdidos e 27 vencidos. Melhor campanha disparada até agora do Mundial masculino de vôlei. Mas nada disso valerá a partir de terça-feira e uma única derrota pode ser decisiva para uma desclassificação. A seleção brasileira diz estar ciente de tudo isso e usa o triunfo sobre a arquirrival Rússia apenas como motivação e padrão de jogo a ser seguido.

A vitória por 3 a 1 sobre seu maior rival no vôlei deu a primeira colocação do Grupo F da segunda fase, mas os adversários da terceira fase só foram definidos mediante sorteio na noite de domingo, horas depois da partida. Agora, no triangular que fará com a própria Rússia e a anfitriã Polônia, todos jogam contra todos e apenas dois sairão para as semifinais. As outras equipes que passam para a semi virão do grupo com França, Irã e Alemanha.

E a melhor campanha até agora da competição de nada servirá nesta fase. Caso haja empate entre equipes, os critérios de desempate envolvem apenas resultados, sets e pontos referentes ao próprio triangular. Assim, enquanto comemoravam a vitória sobre os russos no domingo, os brasileiros ressaltavam também que o valor era mais simbólico. Isso sem nem saber que o sorteio da noite os jogaria novamente para um confronto com a Rússia.

“Nada, sinceramente nada (valeu a vitória). O que vale é um bom padrão de jogo, contra quem for. Mas não vale nada, temos que pensar na próxima fase e manter o padrão de jogo, foco e concentração pra terceira fase. Começaremos do zero e a equipe está muito focada”, falou o capitão Bruninho.

“É uma moral boa (ganhar da Rússia), mas sabemos que a partir de agora não vale nada. Sabemos que se não ganharmos os próximos dois jogos não adianta nada. Mesmo a Rússia sendo um dos nossos principais adversários no futuro”, falou Lucão.


Se em termos de caminho mais fácil a primeira colocação não tinha tanto valor, pelo menos a vitória sobre os russos evitou qualquer tipo de baque psicológico com uma eventual derrota. “Essas vitórias nos fortaleceram. Não tem nada ganho, mas perder é ruim porque traz insegurança e questionamento. Agora tem mais confiança, mas com pés no chão”, falou Leandro Vissotto.

Até agora, o Brasil venceu Rússia, Canadá, China, Bulgária, Cuba, Coreia do Sul, Finlândia, Tunísia e Alemanha nas duas fases que disputou. O país campeão terá que fazer um total de 13 jogos para se sagrar campeão.

Os próximos jogos do Brasil serão na terça-feira e na quarta-feira, às 15h25 (horário de Brasília). 

Recuperação de atletas
O Brasil terá praticamente dois dias para recuperar três de seus principais atletas para o primeiro jogo do triangular final que disputará nesta semana. Wallace torceu o tornozelo esquerdo e saiu mancando do jogo. Teve que abandonar o jogo no segundo set.

Já Sidão foi poupado no terceiro set em função de dores no joelho direito e deixou o terceiro set só por precaução. O mesmo ocorreu com o ponteiro Murilo, com saiu no último set por uma fisgada na coxa direita. O último fará exame na segunda para saber a gravidade.

“O Wallace chocou o pé de forma acidental, estava mancando e temos que esperar. O Sidão vem carregando um problema quando salta, vamos aguardar e foi melhor ter poupado.  Já o Murilo talvez tenha feito sua melhor partida dele hoje e vamos esperar pela recuperação”, falou o técnico Bernardinho.