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Brasil não está nem um pouco preocupado com as punições, diz Bernardinho

José Ricardo Leite

Do UOL, em Katowice (Polônia)

19/09/2014 19h10

A multa de US$ 2 mil (cerca de R$ 4,7 mil) imposta pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) ao Brasil pelos incidentes ocorridos após a derrota para a Polônia na última terça-feira parecem não ter incomodado a seleção. Na véspera da partida semifinal contra a França, o técnico Bernardinho disse que o time não está nem um pouco preocupado com as punições.

Ele falou que qualquer tipo de situação que esteja ocorrendo fora de quadra não tem efeito negativo. "(Não preocupam) Nem um pouco. Eu tenho que considerar apenas o que eu tenho que fazer aqui. Se me elogiarem, vou ficar o quê? Não espero nada de muito positivo", falou.

O Brasil foi multado porque o técnico Bernardinho e o capitão Bruninho não compareceram à entrevista coletiva obrigatória após as partidas contra Polônia e Rússia nesta semana. A FIVB ainda investiga a equipe por causa de uma discussão que teria ocorrido com oficiais da entidade após a derrota de 3 a 2 para os poloneses.

De forma serena e sem mostrar irritação com o tema, Bernardinho explicou que não queria ofuscar a vitória polonesa na terça-feira ao ter que responder durante a entrevista questões sobre as polêmicas de regulamento e o nervosismo brasileiro na derrota. Ele citou outros casos de seleções que já vivenciaram situação semelhante e não houve nenhum tipo de punição.

“Perdemos uma final da Liga aqui em 2011 em Gdansk (Polônia) e o treinador da Rússia não foi. No ano passado, na Liga Mundial em São Paulo, a França não foi na coletiva. E nada aconteceu. Eu não fui por um motivo muito claro: tudo aquilo que estava sendo levantado ia ser falado na coletiva e tiraria o mérito de uma vitória brilhante. Um clima bom pra Polônia e iria se falar de mudança, armação ou de brigas?”, questionou.

Bernardinho aproveitou para se defender e negar informações da imprensa polonesa de que teria feito um gesto obsceno para um jornalista que estava na quadra e as críticas feitas por Wojciech Czayka, diretor do torneio, que disse que os brasileiros tiveram postura "ultrajante" em quadra.

"Estou muito chateado porque o diretor lá falou alguma coisa e é mentira, que eu teria mostrado o dedo pra alguém. Isso não é verdade, eu saí da quadra direto. E alguém me viu (mostrando o dedo)?", questionou.

A imprensa polonesa deu grande ênfase à revolta brasileira na terça, mas até agora não houve nada de concreto além das ausências nas entrevistas coletivas. Nenhuma imagem de gestos ou de objetos atirados contra oficiais foi divulgada.

Diferentemente da maneira agitada em que fica em quadra, Bernardinho tem se mostrado muito tranquilo fora dos jogos durante todo o Mundial. O único momento em que realmente demonstrou aborrecimento foi após a partida contra a Tunísia, quando o capitão Bruninho deixou a quadra machucado. Até mesmo quando fez críticas à mudança de tabela que prejudicou o Brasil no campeonato ele não se alterou.

O Brasil enfrenta neste sábado, a partir das 11h40 (horário de Brasília), a França nas semifinais do Mundial. Quem passar, encara o vencedor de Polônia e Alemanha. Sobre o time francês, o técnico ressaltou o forte sistema defensivo e a necessidade se de ter paciência com o rival.

"Conhecemos o valor da França, a qualidade técnica espetacular. Eles têm o melhor sistema defensivo do mundo, na minha opinião. Defendem, sobem bola e os times adversários tendem a ficar mais impacientes e cometer erros. Tem que ter paciência e lucidez, fazer com que eles joguem também e não sair arriscando de qualquer maneira", falou.