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Defesa forte irritante. Veja os desafios do Brasil contra a França no vôlei

Earvin Ngapeth e Jenia Grebennikov mostram poder da defesa francesa - REUTERS/Grzegorz Celejewski
Earvin Ngapeth e Jenia Grebennikov mostram poder da defesa francesa Imagem: REUTERS/Grzegorz Celejewski

José Ricardo Leite

Do UOL, em Katowice (Polônia)

20/09/2014 06h00

Defesa forte, que pega bola impossíveis e vai exigir uma boa dose de paciência. É esse o principal desafio que a seleção brasileira terá pela frente neste sábado, às 11h40 (horário de Brasília), para bater a seleção francesa e conseguir chegar à final do Mundial masculino de vôlei.

A equipe europeia é conhecida pelo forte sistema defensivo, apesar de a altura ser um dos pontos fracos da equipe, que evita a bola no chão mais na base da agilidade de seus jogadores do que pelo poder de bloqueio. A receita para o Brasil na partida é evitar a ansiedade

"Conhecemos o valor da França, a qualidade técnica espetacular e eles têm o melhor sistema defensivo do mundo, na minha opinião. Defendem, sobem bola e sobem bola e os times tendem a ficar mais impacientes e cometer erros. Temos que ter paciência e lucidez, fazer com que eles joguem também e não sair arriscando de qualquer maneira", falou o técnico Bernardinho.

Principal pontuador do Brasil no Mundial, o ponteiro Lucarelli admite que esse tipo de jogo causa certa irritação quando o ponto demora a ser definido, mas disse que o grupo já está ciente de que não pode querer definir as coisas com pressa.

“Irritar, com certeza irrita. No ataque não mudamos tanto. A diferença é que a chance de defender é maior, temos que ter tranquilidade de saber que podem defender. Contra a França uma bola que com outros cai, lá pode não cair. Tem que ter tranquilidade pra formar de novo. Tem que evitar a ansiedade”, falou o jogador de 22 anos.

O líbero da equipe francesa, Jenia Grebennikov, é conhecido como um dos melhores do mundo. Apesar das boas defesas, outro ponto alto da equipe é o oposto Antonin Rouzier, que se recuperou de uma lesão no ombro e é um dos principais pontuadores do Mundial.

"É uma equipe que tem talentos individuais e jogadores talentosos e habilidosos. Não tem um ponto fraco. Tem boa recepção, saque, defendem bom e levantador que distribui bem. O bloqueio baixo é compensando com uma boa defesa", falou Bernardinho.

O clima entre os brasileiros é de muita confiança. Depois da uma semana tensa em que a uma derrota para a Rússia geraria a desclassificação, o time se vê muito melhor mentalmente de agora até a possível decisão de domingo (se ganhar enfrenta o vencedor de Polônia x Alemanha).

"Depois de uma vitória por 3 a 0 sobre uma equipe como a Rússia, dá mais moral e confiança para o time", falou o ponteiro Lucarelli.

"Depois de uma derrota pra Polônia ficamos com a faca no pescoço. Aí vem a união do grupo e vale a nossa conversa, nosso sacrifício e tudo que fizemos esses meses. Aí você pensa assim “não vou ficar de fora por nada", falou o capitão Bruninho.

A França chega à decisão do Mundial tendo deixado pelo caminho seleções consagradas como EUA e Itália. Os franceses ainda ostentam o fato de serem os únicos a liderarem as três chaves até o momento.