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Brasil testa frieza contra provocador polonês que chateou até o frio Lucão

Lucão é um dos principais jogadores do Brasil no Mundial - Divulgação/FIVB
Lucão é um dos principais jogadores do Brasil no Mundial Imagem: Divulgação/FIVB

José Ricardo Leite

Do UOL, em Katowice (Polônia)

21/09/2014 06h00

Com 2,09 m e 101 kg, o central brasileiro Lucão é daqueles que poderiam intimidar rivais com provocação pelo tamanho avantajado e cara séria. Mas o meio de rede é quase que uma pedra de gelo quando o assunto é se alterar por emoções das partidas ou querer provocar adversários.

Lucão está sempre calmo e tranquilo, exibindo poucas caretas durante os jogos do Mundial. É do tipo sangue frio que fica bem mais concentrado nas questões técnicas e táticas do que está se passando. Não à toa é o homem da bola de segurança do Brasil, sempre eficiente no levantamento rápido de Bruno.

“O central tem papel diferente porque tem que prestar atenção em tudo que acontece pra ir pro bloqueio. Eu procuro ficar focado só nisso. Se o cara xingar minha mãe vou sair na porrada com ele, mas isso nunca aconteceu. Geralmente eles me respeitam muito e também respeito”, falou, em tom de brinadeira.

Mas até o tranquilo central vai um pouco além e diz estar engasgado com um jogador polonês que irritou os brasileiros na derrota por 3 a 2 em Lodz, na terceira fase: o ponteiro Kubiak, que abusou dos gritos, palavras e olhares de provocação naquela partida.

“A vontade é de vencê-los, aquele jogo ficou engasgado. Teve muita confusão, o ponteiro deles encarando a gente e olhando pro outro lado do bloqueio, (a final) vai ser um jogo bem tenso”, declarou.

Depois daquela partida, quase todos os jogadores da seleção reclamaram da postura do rival. O capitão Bruno afirmou que nem grandes jogadores como Giba usavam do artifício da provocação para ser top. No sábado, foi questionado sobre a imprensa polonesa sobre as críticas e não teve receio de comentar novamente.


“No máximo um ou dois jogadores poloneses (provocaram). Não concordo com esse comportamento, dou nome dele, Kubiak. Joguei com grandes caras como Giba, Serginho e ninguém fez isso. É um ótimo jogador, mas não concordo com seu comportamento. Se ele quiser fazer isso, problema dele, mas não concordo. Se você perguntar pra todos os times, todos vão falar a mesma coisa. É minha opinião. É um ótimo jogador, apenas isso”, falou.

A missão de manter os nervos no lugar com as provocações de Kubiak é algo que o time já fez e aprendeu com os erros recentes. Em anos passados, a equipe chegou a se irritar e se desconcentrar em quadra com o famoso marrento Spiridonov. Mas, nos dois jogos contra a Rússia no Mundial, ignoraram o ponteiro e até riram para suas tentativas de desestabilização.

O time já admitiu que os erros da primeira partida contra os poloneses não podem ser repetidos, mas para tirar o que ficou engasgado na garganta até o tranquilo Lucão admite vontade de ajudar com gritos e na parte motivacional.

“Preparado é uma coisa (sobre suportar provocação), mas nunca sabemos como responder na hora. Tem torcida lotada, e se o jogo estiver parelho você fica irritado, as emoções são difíceis de conter. Eu, particularmente, não ligo muito se ficam olhando e gritando pra minha cara, depois cada um vai pra casa e sabe o que fez e o que não fez. Mas se tiver que ajudar a gritar e empurrar vamos com tudo”, falou.

Brasil e Polônia jogam a decisão do Mundial de vôlei neste domingo, às 15h30 (horário de Brasília), na Spodek Arena, em Katowice.