Ex-potência, Cuba fica na lanterna no Mundial. Economia e política explicam
A antes temida seleção cubana de vôlei terminou o Mundial feminino na última colocação. Com apenas um set vencido em sua bagagem, o país teve uma campanha igual ao modesto time de Camarões, que foi batido por equipes reservas de Brasil e Sérvia.
Com restrições do governo cubano, que só permite que atletas que morem na ilha façam parte da seleção, a equipe chegou à Itália recheada de jovens jogadoras. A média de idade da seleção foi de 20 anos, a menor do torneio.
A atleta mais experiente, Dairilys Perez, tinha somente 24 anos. Já a mais nova, Melissa Vargas Abreu, 14 anos. Curiosamente, ela foi a única jogadora a se destacar na seleção, como a maior pontuadora de Cuba e a 15ª da primeira fase.
“Essa foi, definitivamente, uma grande experiência, mesmo que a gente não tenha conseguido seguir para a segunda fase ou ganhar uma única partida. Nós usamos a chance como um aprendizado e para melhorar”, disse a atleta ao site da competição.
Na década de 90, o Brasil sofreu nas mãos das cubanas, como no Mundial de 1994, quando a seleção brasileira perdeu a final em casa. Mas, para quem acha que o treinador José Roberto Guimarães fica aliviado com a queda de Cuba, o técnico lamenta o que aconteceu no vôlei cubano.
“Complicado porque a gente sabe que essas jogadoras que estão fora do país são grandes jogadoras, se juntassem, Cuba seria uma das melhores equipes do mundo. Mas isso é uma determinação do governo cubano. Aí acontece isso. Eles estão jogando com time extremamente jovem, daqui a pouco pode acontecer a mesma coisa com essas jovens de ficarem dois anos sem jogar. Eu acho que como força de vôlei é uma pena que isso esteja acontecendo”, disse o técnico brasileiro.
Ana Moser, que esteve em quadra em muitos duelos contra as cubanas na década de 90, também compartilha da ideia do treinador.
“Cuba tem problemas econômicos e políticos e só tem conseguido se destacar em uma ou outra modalidade. É uma grande pena, pois acabam perdendo uma excelente geração de jogadores, tanto no masculino quanto no feminino. Não é problema de dirigente corrupto ou incompetente. É uma situação política. Lógico que gostaria de ver Cuba bem novamente, disso não tenho dúvida. Seria muito bom”, completou a ex-jogadora.
Entre as atletas que poderiam defender a seleção cubana e não estão por atuarem em equipes fora da ilha aparece Daymi Ramirez, que defenderá o Praia Clube na próxima temporada da Superliga. Rosir Calderón e Nancy Carrilo, que estão no vôlei europeu, são outras ausências.
Cuba terminou o Mundial com derrotas por 3 a 0 para Bélgica, China, Japão e Porto Rico. Apenas contra o Azerbaijão, conseguiram ganhar um set.
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