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Ary Graça critica desabafo de Bernardinho e diz que técnico pode ser punido

Ary Graça, presidente da FIVB, esteve em Verona para acompanhar o jogo do Brasil - Divulgação / FIVB
Ary Graça, presidente da FIVB, esteve em Verona para acompanhar o jogo do Brasil Imagem: Divulgação / FIVB

Leandro Carneiro

Do UOL, em Verona (Itália)

03/10/2014 06h00

O presidente da Federação Internacional de Vôlei, Ary Graça, rebateu o técnico Bernardinho em relação às acusações feitas pelo treinador após o fim do Mundial, perdido na Polônia. De acordo com o dirigente, as declarações do comandante da seleção masculina não fazem sentido.

“Essas declarações são profundamente lamentáveis na medida em que nada disso aconteceu. Arbitragem foi perfeita, não houve um só lance que pudesse reclamar da arbitragem. Sobre o fato de ter tido problema com esse árbitro, qual é o árbitro que já não brigou com ele (Bernardinho)?”, falou Ary Graça em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

Ao comentar sobre as queixas em relação ao regulamento, que segundo Bernardinho foi alterado no meio do caminho, o presidente da entidade disse que era necessário saber ler para entender as regras.

“Com relação regulamento, é questão de saber ler. Está escrito bem claro que o dono da casa tem o direito de escolher onde jogar e a que horas jogar por causa da televisão. Quer dizer, regulamento é claro, não há duvidas sobre isso. Em relação ao sorteio, é o mesmo daqui. Regulamento é um só para todos, não há o que reclamar”, completou.

Depois de perder a final para a Polônia, Bernardinho acusou a FIVB de “agir baixo demais” e fazer a seleção de “gato e sapato”. Por essas declarações, o treinador pode até ser punido.

“Sobre ofender a FIVB, tem bem claro no estatuto que você não pode ofender a instituição. O tribunal vai definir tudo isso. A mim, não compete julgar, no passado nós punimos imediatamente, o regulamento diz e me permite fazer isso. Mas eu, como democrata, deixo o tribunal decidir, nós do executivo não podemos decidir”, disse o dirigente.

Outra possível sanção que o Brasil pode sofrer é em relação a toalha jogada em direção ao árbitro depois que a partida contra a Polônia, pela terceira fase, acabou com um desafio polonês.

Questionado sobre as declarações de que a entidade prejudicou o Brasil por não ter interesse da seleção como campeã, Ary novamente negou e lembrou que a equipe perdeu duas vezes para a Polônia.

“Não existiu isso (de prejudicar o Brasil), absolutamente, Brasil fez campanha magnifica, brilhante e perdeu para a Polônia duas vezes, então, é complicado você reclamar quando perde duas vezes para o mesmo adversário. Mas, de qualquer maneira, o time do Brasil foi brilhante, foi o mais sólido da competição e infelizmente na decisão perdeu, mas com a cabeça erguida”, finalizou.

Entre as reclamações de Bernardinho no Mundial estavam o fato de o Brasil não ter levado vantagem de jogar em dias alternados na terceira fase, mesmo tendo se classificado em primeiro. Outra queixa foi a escalação do holandês Frans Loderus e o tcheco Milan Labasta para apitar a final. Segundo o treinador, ambos já tinham problema com ele em competições anteriores.