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Irregularidades encontradas na CBV envolvem Ary e mais cartolas; veja todas

Banco do Brasil é o principal investidor do vôlei no país, com patrocínio de R$ 70 milhões - Alan Marques/Folha Imagem
Banco do Brasil é o principal investidor do vôlei no país, com patrocínio de R$ 70 milhões Imagem: Alan Marques/Folha Imagem

Do UOL, de Brasília

12/12/2014 06h00

A Controladoria Geral da União pôs lente de aumento nos contratos celebrados pela Confederação Brasileira de Vôlei a partir de 2012 e a constatação é assustadora. Patrocínios que deveriam beneficiar o vôlei e seus praticantes no país tiveram uma parcela abocanhada por um grupo de empresários com conexões internas com a administração da CBV, a começar pelo ex-presidente, Ary Graça.

Muitas empresas atuaram como parasitas de transações milionárias sem nem sequer ter comprovado ter prestado serviço à entidade. O Banco do Brasil, responsável pelo maior patrocínio à confederação, afirmou que os contratos foram firmados diretamente entre as partes, desconhecendo a participação de qualquer outra pessoa física ou jurídica durante a negociação dos mesmos.

São 13 contratos colocados em suspeição pelo órgão federal responsável, entre outras coisas, pela transparência na aplicação de recursos públicos. Juntos, ainda segundo a CGU, eles causaram um desfalque aproximado de R$ 30 milhões.

O UOL Esporte lista a relação dos achados da CGU após varredura nos contratos da confederação, até então tida como modelo de gestão no esporte nacional.

Contrato 1: S4G Gestão de Negócios
Contrato 2: S4G Planejamento e Marketing
Contrato 3: S4G Gestão de Eventos
Juntas, as três empresas receberam R$ 14 milhões da CBV. Nenhuma das três empresas do grupo S4G tem estrutura física. Há ex-funcionários da Confederação em seus quadros e recebimento de pagamentos da CBV sem previsão contratual e sem comprovação da execução dos serviços. Um dos sócios é Fábio Azevedo, ex-superintendente da CBV.

Contrato 4: SMP Logística & Serviços Ltda
Contrato 5:  SMP Sports Marketing
Sem sede física, as empresas têm um ex-diretor da CBV como um de seus sócios, Marcos Antônio Pina Barbosa e recebeu da CBV R$ 6.6 milhões

Contrato 6: 4F Brasil Gestão de Negócios
Tem como proprietário José Fardim, outro ex-superintendente da CBV, que também aparece no relatório da CGU. Ele ainda fazia parte do quadro da CBV até a véspera do fechamento de contrato pelo qual a empresa recebeu R$ 1 milhão em 2013.

Contrato 7: Advocacia Valmar Paes
Recebeu R$ 2,4 milhão entre 2010 e 2013 sem evidência de prestação do serviço à CBV;

Contrato 8: Smiranda Eventos Ltda
Substituiu a SG4 e recebeu R$ 1,4 milhão somente em 2013, mas a emissão de notas fiscais sequenciais para a CBV, o que dá mostras de que a empresa atendia exclusivamente à confederação.

Contrato 9: Eco Graphics Serviços e Comércio Ltda
Recebeu R$ 928 mil em 2013 para fornecer equipamentos e materiais esportivos, enquanto que as outras cinco empresas contratadas pela CBV para entregar somente lonas, adesivos e placas receberam, juntas, aproximadamente metade do valor pago a Eco Graphics, conforme o balancete de 2013 da entidade.

Contrato 10: PS Contax (recebeu R$ 104 mil em 2012 e 2013
Contrato 11: Acal Auditores Independentes
Juntas receberam R$ 258 mil de 2012 a 2013, possuem o mesmo sócio. PS Contax possui o mesmo número de telefone do Instituto de Educação do Vôlei, cujo responsável pela entidade é Ary Graça. (recebeu R$ 154 mil em 2012 e 2013. Ja o sócio da Acal Auditores foi administrador da Jet Sports Brasil, que, por sua vez, é sócia majoritária da Tamoyo Agência de Viagens e Turismo, responsável pela emissão de 56% das passagens da CBV, e que recebeu R$ 3 milhões em contrato com a confederação em 2013. Pagamentos a Acal foram feitos sem contrato.

Contrato 12: LG Vídeo Filme Produções Ltda
Recebeu R$ 1,1 milhão somente em 2013 e o endereço informado pela LG Vídeo à Receita Federal trata-se, de acordo com a CGU, de um condomínio residencial.

Contrato 13: Acquatic Confecção de Artigos do Vestuário Ltda, para a qual a Confederação pagou mais de R$ 1,6 milhão. Há indícios – como a emissão de notas fiscais sequenciais – de que a empresa talvez nem existam. Seu proprietário é genro do ex-presidente da Confederação, Ary Graça.