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CBV recorrerá de punição de atletas à CAS. Mario Jr. é culpado por toalha

Leandro Carneiro

Do UOL, em São Paulo

13/12/2014 06h00

A Confederação Brasileira de Vôlei irá à Corte Arbitral do Esporte, na Suíça, recorrer da punição dada pela Federação Internacional de Vôlei a Bruninho, Murilo, Mário Júnior e Bernardinho. A entidade ainda não sabe quando isso será feito, pois soube das suspensões apenas no fim desta sexta-feira, mas tem 21 dias para dar entrada no recurso.

Quase todas as punições foram dadas referentes ao jogo entre Brasil e Polônia, na terceira fase do Mundial, quando os poloneses venceram o duelo após o uso do videocheque. A exceção fica por Bernardinho que também foi alvo de uma denúncia pela final do torneio, novamente ante os poloneses.

Mário Júnior foi o atleta a sofrer a maior punição. Ele foi responsabilizado pela toalha jogada em direção de Philip Berbena, um dos observadores da federação que ficava em quadra.

A pena de Mário Júnior só não foi maior do que a do técnico Bernardinho, que ficará afastado por dez partidas e ainda terá de pagar US$ 2 mil para a FIVB. O valor é referente a ausência na coletiva de imprensa após o jogo da terceira fase e da premiação, quando o Brasil ganhou a medalha de prata.

Já os jogos em que o técnico terá de ficar afastado são por gestos feitos no fim da partida, conduta violenta contra o presidente do comitê de controle e diretor de imprensa, além das declarações contra a FIVB após a derrota na final.

Murilo, que chegou a ser acusado de ser o responsável por jogar a toalha, mesmo sem ter sido relacionado para a partida, também foi punido. Ele terá de cumprir um jogo de suspensão por conduta violenta. A denúncia não confirma se o alvo do jogador teria sido o presidente do comitê de controle ou o diretor de imprensa.

“Não precisa especificar o motivo das punições? Isso que nem no jogo eu estava”, disse Murilo em seu perfil no Twitter.

Quem pegou a suspensão mais branda foi o levantador Bruninho. O atleta terá de pagar mil dólares por não ter comparecido à coletiva de imprensa. Ao saber da punição, o jogador disse que pagaria a multa, mas voltou a cobrar Ary Graça, presidente da FIVB, pelas denúncias em relação a sua gestão na CBV.

“Logo hoje? Algum tipo de represália? Ok! Pagarei os 1.000 dólares, mas e os milhões desviados... Serão devolvidos?”, escreveu.

Mesmo antes de fazer o recurso de apelação, a Confederação Brasileira de Vôlei decidiu por desistir da organização da final da Liga Mundial de 2015, pois viu a punição dada aos seus atletas como uma represália ao posicionamento da entidade em relação as denúncias envolvendo Ary Graça, presidente da FIVB.

Em nota, a entidade internacional negou que o mandatário tenha participado da punição, pois o tribunal é independente. A FIVB ainda disse que se a CBV desistir da Liga Mundial poderá passar por sanções futuras.

Confira abaixo a íntegra do comunicado da FIVB:

"A FIVB declara que recebeu da Confederação Brasileira de Voleibol - CBV - uma carta de aceitação de sediamento do referido evento, assinada pelo Vice-Presidente da CBV, no dia 3/Outubro/2014, cumprindo formalidade do "Bidding Process" do evento Finais da Liga Mundial 2015, a ser sediado no Rio de Janeiro, em Julho de 2015.

Igualmente, a FIVB declara que o Presidente Ary Graça não tem qualquer ingerência na decisão do "Disciplinary Panel" da Federação, que decidiu pela punição para os jogadores e treinador tendo em vista sua conduta durante o Mundial de Voleibol na Polônia em 2014. Trata-se de um órgão disciplinar absolutamente independente, que recebe denúncias do Presidente do Comitê de Controle de cada competição.

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O evento denominado finais da Liga Mundial 2015 é um dos principais eventos anuais da Federação Internacional de Voleibol e não pode ser tratado dessa forma. Portanto, a CBV, se realmente confirmar a decisão descrita na nota oficial emitida, arcará com todas as penalidades impostas pelo Regulamento Esportivo e pela Constituição da FIVB.

A FIVB lamenta profundamente ver uma Federação Nacional ir de encontro à decisão de um Tribunal Independente, fato nunca antes ocorrido na história do Voleibol."