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Jogador volta à seleção de vôlei após 8 anos, mas diz estar atrás de rivais

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

03/05/2015 06h00

A seleção brasileira de vôlei masculino transformou os próximos meses em contagem regressiva para um jogador em especial. Melhor bloqueador na edição 2015 da Superliga, o central Riad,33, voltou a ser chamado para o time nacional – ele não era lembrado desde 2007. Agora, o jogador que defenderá o Funvic/Taubaté na próxima temporada tem poucos meses para convencer o técnico Bernardinho de que pode seguir no grupo.

“Todo mundo aqui está no mesmo nível, e eu diria até que estou um pouco atrás. Fiquei muito tempo ausente, e nesse tempo foram duas Olimpíadas, dois campeonatos mundiais, diversas Ligas Mundiais e todo o calendário da seleção. Eu não estava, e por isso estou atrás. Eles têm mais experiência internacional do que eu, já jogaram Olimpíada, já jogaram Mundial, já fizeram final olímpica. Temos jogadores aqui que foram campeões mundiais em 2010 e de 2006, caso do Murilo. Nesse fato eu estou atrás, sim, mas espero que isso não interfira quando eu entrar em quadra”, disse Riad.

“A última convocação foi em 2007. Depois passei cinco anos fora, na Itália, e até me desacostumei um pouco a tudo isso. Em relação a isso eu estava bem tranquilo, fazendo meu trabalho, e sabia que seria consequência”, completou o jogador.

O central é um dos jogadores que o técnico Bernardinho deve testar na fase classificatória da Liga Mundial – a estreia do Brasil está marcada para o dia 29 de maio, em Belo Horizonte, contra a Sérvia. Por ser sede da etapa final, a seleção sul-americana tem vaga assegurada na sequência do torneio.

Riad foi incluído em uma das listas elaboradas pela comissão técnica da seleção brasileira em abril. Foram chamados 21 atletas, que posteriormente serão divididos entre Liga Mundial, Jogos Pan-Americanos e Mundial sub-23. O primeiro contingente, no qual o central será testado, é o que teoricamente reúne força máxima.

“É difícil dizer que eu vivo o melhor momento da minha carreira porque tive excelentes anos na Itália, mas aqui no Brasil eu joguei minha melhor Superliga. O título não veio, mas nunca tinha jogado uma temporada nesse nível”, avaliou Riad.

A contagem regressiva estabelecida pelo vôlei masculino em 2015, contudo, não afeta apenas Riad. Outros jogadores transformaram a temporada atual em chance de consolidação na equipe nacional antes dos Jogos Olímpicos de 2016 – Bernardinho já disse que o grupo que estará no Rio deve aproveitar a base formada pelos 21 nomes listados em abril.

O caso de Riad, aliás, tem algumas similaridades com a convocação de Serginho, líbero que estava afastado da seleção brasileira desde 2012. Titular em um dos períodos mais vitoriosos da equipe nacional e dono de três medalhas olímpicas, o jogador também tem pouco tempo para retomar espaço.

“Ele não pediu para voltar. Na realidade, nunca se afastou: nós conversávamos sempre, trocávamos mensagens, mesmo durante a época de clubes. Nunca houve um distanciamento. Obviamente era um momento de ver outros jogadores – fomos campeões mundiais em 2010 sem ele. Conquistamos medalhas e títulos com outros líberos, e o Mario Junior foi o principal nome da posição nesse ciclo, mas estamos chegando ao final do período de testes. Aqueles que estão bem e jogando bem serão chamados”, explicou Bernardinho.