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Seleção feminina de vôlei será dividida, mas evita priorizar competições

Seleção brasileira será dividida em 2015, e a ponteira Jaqueline não vai aos Jogos Pan-Americanos - Divulgação/FIVB
Seleção brasileira será dividida em 2015, e a ponteira Jaqueline não vai aos Jogos Pan-Americanos Imagem: Divulgação/FIVB

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

04/05/2015 13h49

Assim como a seleção brasileira masculina, o vôlei feminino do Brasil vai trabalhar em 2015 com um grupo grande e dividirá atletas entre as que vão disputar o Grand Prix e as que irão aos Jogos Pan-Americanos de Toronto. As similaridades de planejamento entre as equipes nacionais, contudo, terminam aí. Enquanto os homens mandarão força máxima à Liga Mundial e separarão o grupo de acordo com quesitos técnicos, o técnico José Roberto Guimarães decidiu montar dois times equilibrados e não vai priorizar nenhum torneio.

“A explicação para isso é a nossa ideia de que temos jogadoras com diferentes condições. Temos algumas mais experientes, que já tiveram muitas passagens pela seleção e disputaram vários campeonatos, e outras com menos vivência. A ideia é dividir a seleção em duas, mas não criar uma única mais forte. Queremos que todas joguem e que algumas mais novas tenham oportunidade. Não dá para dizer ainda quem vai para onde, mas vamos avaliar assim”, explicou Zé Roberto em entrevista coletiva nesta segunda-feira (04), no Rio de Janeiro.

A comissão técnica da seleção feminina, que já havia convocado 13 atletas, e Zé Roberto chamou outras 20 nesta segunda-feira. O grupo treinará em Saquarema até o início de maio, quando iniciará uma série de quatro amistosos contra o Japão em Sorocaba (10/05), São Bernardo do Campo (13/05), Mogi das Cruzes (16/05) e no Rio de Janeiro (18/05).

Na última semana de junho, as jogadoras viajarão para a Holanda. De lá, seguirão para a Tailândia, onde o Brasil disputará a primeira fase do Grand Prix (estreia no dia 3 de julho, contra o Japão).

Depois dos jogos na Tailândia, a seleção fará uma sequência pelo Grand Prix em São Paulo até 12 de julho. A partir disso, um grupo viajará para disputar a fase final do torneio nos Estados Unidos e outro seguirá para os Jogos Pan-Americanos de Toronto.

“Com todas essas jogadoras mais experientes, porque se eu falar velhas elas ficam bravas, a nossa preocupação é trabalho físico. Quando caiu a última bola dos Jogos Olímpicos de Londres e nós soubemos que íamos continuar na seleção, começamos a pensar nesse ciclo. Eu estou muito apreensivo – técnico sempre acha que o tempo é curto”, disse Zé Roberto.

A divisão, portanto, levará em consideração uma série de aspectos além da questão técnica. A ponteira Jaqueline, por exemplo, já disse que não participará dos Jogos Pan-Americanos.

“Quem passou isso para ela fui eu. A ideia seria essa, mesmo porque a primeira fase do Grand Prix vai ser na Tailândia. Essas jogadoras viajarão muito, farão um torneio muito desgastante, e algumas vão participar de outra fase. Não gosto da palavra poupar, mas a Jaque deve ficar para a segunda fase do Grand Prix”, relatou o treinador da seleção.

Em dois casos, a preocupação com o físico tirou as atletas por um tempo até maior. A oposto Sheilla (Vakifbank SK-Turquia) e a central Fabiana (Sesi-SP), capitã da seleção, não foram incluídas no grupo de 33. Elas devem ser incorporadas aos treinos depois do término do Pan e do Grand Prix.

“Com essas jogadoras nós temos de pensar diferente. Elas estão na seleção há muitos anos, desde 2002, e jogaram 90% dos campeonatos. Pensando nisso e na integridade física delas, até porque a Sheilla acabou o Campeonato Turco no último domingo, elas precisam de reciclagem, de descanso e de tranquilidade para renovar as energias. Elas se apresentarão no início de agosto”, finalizou Zé Roberto.