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Brasil é atropelado pela Rússia e sofre 1ª derrota no Grand Prix de vôlei

Do UOL, no Rio de Janeiro

23/07/2015 18h50

Acabou a invencibilidade da seleção brasileira na edição 2015 do Grand Prix de vôlei feminino. Apesar de ter preterido uma série de titulares e de ter optado por uma formação em que nem o técnico é o principal – José Roberto Guimarães está em Toronto para os Jogos Pan-Americanos, as atuais bicampeãs tinham campanha perfeita em dez partidas. Nesta quinta-feira (23), porém, foram atropeladas pela Rússia, que venceu por 3 sets a 0 (25/19, 28/26 e 25/19) em Omaha (EUA).

A derrota complica a vida do Brasil na disputa do Grand Prix de 2015. A fase final é disputada por seis seleções, que se enfrentam em turno único, e a campeã será a seleção que somar mais pontos.

Além da questão de tabela, o resultado desta quinta-feira tem um reflexo de status. O Brasil não era apenas o único invicto do Grand Prix, mas um time que havia triunfado em 14 de seus 15 compromissos anteriores em fases finais (desde a derrota para os Estados Unidos em 2011). Foram apenas três sets perdidos na atual temporada e oito triunfos nos 12 confrontos anteriores com as russas.

Desde o início do jogo desta quinta-feira, o Brasil fez pouco para justificar a campanha irretocável que vinha fazendo no Grand Prix. Sobretudo por causa do passe, que teve enorme dificuldade com o saque russo.

No primeiro set, as duas seleções oscilaram e mantiveram o duelo equilibrado até 20 a 18 para as russas. Foi aí que as brasileiras desligaram, permitiram três pontos seguidos das rivais e abriram caminho para uma derrota por 25 a 19.

A marca da Rússia na parcial inicial foi uma combinação eficiente entre saque, bloqueio e defesa. Essa tônica continuou no segundo set – as europeias fecharam a etapa com dez pontos anotados em bloqueio e apenas seis sofridos, a despeito de o Brasil ter as duas melhores atletas do Grand Prix no fundamento (as centrais Juciely e Carol).

Foi exatamente o bloqueio o aspecto decisivo para a vitória russa no segundo set. O jogo seguiu equilibrado até os pontos finais, quando as brasileiras tiveram enorme dificuldade para derrubar a bola na quadra rival. Os ataques só passavam pelo paredão europeu em bolas colocadas, o que facilitava muito a vida da defesa. Mais eficientes, as russas venceram por 28 a 26.

As derrotas nos sets anteriores mostraram um problema de a seleção brasileira ser formada por um grupo jovem – entre as titulares do Grand Prix, apenas a levantadora Dani Lins faz parte do time ideal do técnico José Roberto Guimarães. Houve uma nítida queda anímica depois do tropeço, e o bom desempenho da Rússia passou a ser facilitado por um desânimo das brasileiras.

Essa combinação fez com que o terceiro set fosse ainda menos equilibrado do que os anteriores. O bloqueio russo seguiu sendo mais eficiente, marcando com perfeição as mãos de Dani Lins. As europeias abriram cinco pontos em 17 a 12 e caminharam tranquilamente para fechar a parcial com vitória por 25 a 19.

O grande nome da vitória russa foi a oposto Nataliya Goncharova, autora de 24 pontos - para efeito de comparação, a maior anotadora do Brasil foi a ponteira Natália, com 11. O desempenho contra o Brasil, aliás, fez de Goncharova a maior marcadora do Grand Prix, com um total de 171 no torneio.