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Bernardinho pede calma para definir renovação: "não quero arrependimentos"

Bernardinho foi campeão no Rio de Janeiro - REUTERS/Yves Herman
Bernardinho foi campeão no Rio de Janeiro Imagem: REUTERS/Yves Herman

Do UOL, em São Paulo

27/09/2016 11h02

Bicampeão olímpico com a seleção brasileira masculina de vôlei, o técnico Bernardinho ainda não sabe se continuará no comando do time para o próximo ciclo até os Jogos de Tóquio, em 2020. Em entrevista ao Esporte Interativo, o treinador explicou que não tem prazo para decidir isso e quer pensar com calma para não ter arrependimento.

“Você está decidindo mais quatro anos da sua vida. Quando assumi a seleção feminina com 33 anos de idade, quatro anos eu podia perder. Ano passa, estou mais para o final que para o início, não posso fazer e se arrepender de dedicar muito tempo da sua vida a isso. Não quero arrependimento. As pessoas sabem quando disse que estarei a frente, vou estar 100%”, falou.

Bernardinho ressaltou que o fato de ter sido campeão no Rio de Janeiro não muda sua decisão. Se fosse para “sair por cima”, ele poderia ter deixado a seleção em 2004, após conquistar os Jogos de Atenas.

“Podia ter saído em 2004, tínhamos ganho Mundial, Liga Mundial, Copa do Mundo e Olimpíada, tinha ganho tudo. Podia ter ido embora, dito sou campeão e vou embora. Ganhar e perder faz parte. Só quem está aqui ganha e perder. Medo não é ganhar ou perder. Sair no momento que não tenho mais para contribuir. Não coloquei prazo. Só preciso respirar e pensar”, completou.

O treinador também explicou o que será analisado antes de tomar uma decisão sobre o seu futuro. Mais que sua permanência, ele quer ver qual o projeto da Confederação Brasileira de Vôlei para os próximos quatro anos.

“Nenhum projeto é individual, resposta não depende só de mim, depende de mais pessoas. A mesma conversa com a confederação para saber que tipo de projeto existe. Mais que pessoas, não é minha presença ou de A, B ou C, mas que projeto existe para o vôlei daqui para frente. Muitas coisas mudaram e precisamos conversar sobre isso. Como está a perspectiva desse projeto para construção em um mercado extremamente difícil, muito complicado. Renovação não será fácil, por alguns anos, Brasil não teve investimento que teve na base. Renovação que precisa ser bem feita, vamos precisar substituir algumas peças, agregar valores a esse grupo. Independente das pessoas, importante que projeto seja bem feito. Não é uma pessoa, não sou eu só o Bernardo que tem de responder. São os atletas, alguns dirigentes que estão ligados a seleção. Muito mais importante”, finalizou.

Enquanto não define seu futuro na seleção, Bernardinho já voltou aos trabalhos no Rexona/Sesc para a próxima temporada feminina do vôlei.