Semenya perde processo no TAS e terá que reduzir testosterona para competir
O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) decidiu contra a apelação da atleta sul-africana Caster Semenya contra a Federação Internacional de Atletismo (Iaaf) em relação aos novos níveis de testosterona exigidos como limite para competições femininas.
Desta forma, a atleta terá que baixar o nível do hormônio por meio de remédios para seguir competindo em sua especialidade, os 800 m, que está compreendido entre as distâncias da nova regulamentação (entre 400 metros e 1.500 metros). Campeã olímpica e mundial da prova, ela mantém todos os títulos conquistados até hoje, pois no período eles estavam submetidos à antiga regulamentação.
Inicialmente, o tribunal, com sede em Lausanne, na Suíça, havia previsto tornar pública a sentença do caso no fim de março, seis meses antes do Campeonato Mundial de Atletismo, que acontecerá a partir de 28 de setembro, em Doha, no Catar. O TAS, no entanto, adiou o fim do processo por dois meses.
Hoje, depois de julgamento que terminou em 2 votos a 1 contra a apelação de Semenya, anunciou que não foi provado que a política da Iaaf era "inválida". Em vez disso, determinou que sua política era de fato "necessária, razoável e proporcional" para garantir a competição justa para as mulheres.
"O painel considerou que os regulamentos (sobre a questão) são discriminatórios, mas que, com base nas provas apresentadas pelas partes, tal discriminação é um meio necessário, razoável e proporcional para alcançar o objetivo da Iaaf de preservar a integridade das mulheres no atletismo nos eventos restritos", disse.
A Iaaf quer aplicar em atletas com hiperandrogenismo - distúrbio endócrino que provoca aumento no nível de testosterona - novas normas para provas de distâncias compreendidas entre 400 metros e 1.500 metros. Haveria impedimento para as que não mantivessem os níveis de testosterona abaixo de 5 nanomols por litro de sangue durante, pelo menos, seis meses antes de competir.
A tolerância anterior era de 10 nanomols, e a redução pela metade, segundo estudos da Federação Internacional de Atletismo, é justificada pelo aumento de 4,4% na massa muscular, entre 12% e 26% da força e 7,8% da hemoglobina das atletas em questão.
Semenya, campeã olímpica dos 800 metros em Londres 2012 e Rio 2016, é uma das corredoras com hiperandrogenismo mais conhecidas, por isso, alegou que as mudanças da IAAF foram projetadas contra ela e outras na mesma situação, que precisariam se medicar para competir.
Com a decisão do TAS, a nova regulamentação deve se tornar efetiva em competições de atletismo.
No Twitter, Semenya reagiu com indignação. "Às vezes é melhor reagir com nenhuma reação", escreveu.
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