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Membros da comissão do basquete em Londres ficam sem pagamento por 3 meses de serviço

Integrantes da comissão técnica ficaram sem diárias olímpicas; Magnano (esq.) recebeu - AFP PHOTO / MARK RALSTON
Integrantes da comissão técnica ficaram sem diárias olímpicas; Magnano (esq.) recebeu Imagem: AFP PHOTO / MARK RALSTON

Bruno Freitas

Do UOL, em São Paulo

31/10/2012 14h00

Parte do corpo técnico que representou o Brasil no basquete na última Olimpíada de Londres ainda não recebeu o dinheiro referente às diárias de trabalho a serviço da seleção. Foram três meses de entrega à CBB (Confederação Brasileira de Basquete) sem pagamento para alguns profissionais. A entidade, por sua vez, manifesta que espera resolver os compromissos pendentes e, extraoficialmente, credita eles a atrasos de pagamentos da Eletrobras.

A reportagem do UOL Esporte apurou que somente os membros da comissão técnica que têm contrato com a entidade receberam a verba de trabalho, em três meses de serviço, de maio a agosto deste ano. Neste grupo na seleção masculina, por exemplo, estão o técnico Rubén Magnano, o auxiliar José Alves Neto, o preparador Diego Jeleilate e o fisioterapeuta Daniel Kan.

Outra ala da comissão técnica ficou sem receber e ainda amargou prejuízo ao abandonar momentaneamente o emprego fixo no país. Neste grupo estão médicos, auxiliares e também roupeiros.

Dependendo do cargo na hierarquia da comissão técnica, a diária para a Olimpíada oficialmente variava entre US$ 300 e US$ 500.

Segundo um dos integrantes da comissão técnica da seleção masculina, a informação sobre o problema no pagamento das diárias aconteceu ainda em São Paulo, no começo da preparação. Neste estágio a CBB manifestou que poderia ir a Londres com um staff limitado de profissionais. 

Por sua vez, jogadores que defenderam as seleções masculina e feminina dizem que não tiveram problemas com diárias. 

Extraoficialmente, a CBB alega que ainda não conseguiu quitar todos os compromissos referentes aos Jogos de Londres em razão de atrasos de pagamento da Eletrobras. A reportagem procurou a empresa, que refutou qualquer pendência na relação financeira com a entidade:

"Não existem atrasos no pagamento do patrocínio da Eletrobras a Confederação Brasileira de Basquete. Todos os pagamentos estão em dia. O que existe é um desacordo sobre algumas despesas apontadas na prestação de contas da última parcela do projeto. Neste momento, a Eletrobras está aguardando as justificativas da CBB para o pedido de reavaliação das prestações de contas feito pela entidade".

Antes da Olimpíada a diretora das seleções femininas Hortência Marcari expôs publicamente a dificuldade no recebimento das verbas públicas da Eletrobras, reclamando de ingerência por parte da patrocinadora.

A empresa do setor elétrico com controle acionário do governo federal desembolsou R$ 12,5 milhões em patrocínios para o basquete brasileiro através da CBB em 2011.