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CBB busca novo patrocínio e vê planejamento prejudicado por crise na Eletrobrás

Eletrobrás foi a principal patrocinadora da seleção brasileira nos últimos 10 anos - Gaspar Nobrega/Inovafoto
Eletrobrás foi a principal patrocinadora da seleção brasileira nos últimos 10 anos Imagem: Gaspar Nobrega/Inovafoto

Daniel Neves

Do UOL, em São Paulo

10/01/2013 13h48

A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) tem enfrentado problemas em seu planejamento para o início do ciclo olímpico visando os Jogos do Rio-2016. Devido a dificuldades financeiras, a Eletrobrás reduziu o apoio dado à entidade, que já busca uma nova empresa para ser sua principal patrocinadora para os próximos anos.

“Eles [Eletrobrás] vão renovar, mas por valores menores do que os apresentados nos últimos anos”, disse José Carlos Brunoro, consultor técnico da CBB. “Estamos apenas negociando as contrapartidas que daremos a eles. A princípio, a Eletrobrás não continuará como patrocinadora máster. Estamos em busca de um novo parceiro, privado ou estatal”.

A Eletrobrás foi responsável por uma verba de R$ 13 milhões por ano à CBB nas últimas duas temporadas. A expectativa é que uma nova estatal assuma o posto, já que o Governo Federal se comprometeu publicamente a ajudar na busca por um novo apoio para o basquete nacional. “Passamos esse problema para eles, que se comprometeram a nos ajudar”, afirmou Brunoro.

A indefinição sobre as verbas tem afetado diretamente a programação das seleções para 2013. Em dezembro, a CBB anunciou calendário com diversas competições para as equipes principais e de base, mas o planejamento pode ser alterado devido à falta de dinheiro para a execução dos planos.

“Eu fiz todo um planejamento, ele está pronto, mas ainda não sei se teremos dinheiro para executá-lo”, lamentou a ex-jogadora Hortência, diretora de seleções femininas. “Faço um planejamento que considero o ideal para o basquete brasileiro. Agora teremos uma reunião no dia 15 em que saberei se poderei executá-lo ou não”.

O relacionamento entre CBB e Eletrobrás já havia sofrido abalos em 2012. Em entrevista ao programa Papo Reto, no UOL, em junho, Hortência reclamou das exigências da estatal para a liberação das verbas, com a prestação de contas de cada gasto.

“Ano passado nós já fomos prejudicados com isso. Tínhamos um planejamento de treinos para a seleção sub-17 de cinco meses, visando o Mundial, mas só pudemos fazer um mês”, comentou Hortência, citando a preparação da equipe que ficou em penúltimo lugar na competição de base.

A empresa também foi criticada recentemente por Brunoro em entrevista ao Máquina do Esporte, em que chamou o patrocinador de omisso, criticou a falta de apoio à Liga de Basquete Feminino (LBF) e disse que a parceria vinha trazendo problemas à modalidade.

A Eletrobrás optou por reduzir seus investimentos em patrocínios devido à crise no setor de energia e a redução de 20% nas tarifas aprovada pelo Governo Federal. A empresa já retirou seu apoio à Liga Nacional de Basquete (LNB), organizadora do NBB, e à LBF.

Sem o dinheiro da Eletrobrás, a CBB espera receber em breve o apoio financeiro do Ministério do Esporte através do Plano Brasil Medalhas 2016, que ajudará as equipes adultas e sub-19 visando os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. De acordo com Hortência, a verba, que ainda não chegou aos cofres da entidade, já deve ser utilizada para pagar custos de uma viagem da seleção brasileira feminina de novas em amistosos pela Europa, durante o Carnaval.