Dominante na NBA, LeBron mira hegemonia para rivalizar com Jordan

Quando anunciou que “levaria seus talentos para South Beach” em busca de um título da NBA, LeBron James foi bombardeado de críticas sobre o caminho escolhido e teve seu legado colocado em xeque. Dois anos depois, já com um anel de campeão no dedo, o astro deixou para trás as dúvidas, tornou-se unanimidade na liga e começa a construir uma hegemonia na liga norte-americana.

Desde que deixou o Cleveland Cavaliers para jogar ao lado de Dwyane Wade e Chris Bosh no Miami Heat, LeBron não sabe o que é ficar de fora das finais da NBA. Derrotado pelo Dallas Mavericks em 2011, sagrou-se campeão sobre o Oklahoma City no ano seguinte e volta a decidir o título nesta temporada a partir da próxima quinta-feira, desta vez contra o San Antonio Spurs.

“Tenho sonhado com oportunidades com esta desde que era criança. Tenho múltiplos sonhos sobre isso. Ver esse sonho se tornar realidade é uma bênção”, afirmou LeBron, após brilhar no jogo 7 da final da Conferência Leste contra o Indiana Pacers.

Mais que o retrospecto com o Heat, chamam atenção os números individuais de LeBron, que se tornou de maneira inquestionável o melhor jogador em atividade na NBA. Nos últimos cinco anos, foi quatro vezes eleito o MVP (atleta mais valioso) da temporada regular, tornando-se o quarto maior vencedor da história do prêmio.

Em 2012-13, foi escolhido o atleta do mês na Conferência Leste em cinco de seis oportunidades, terminou como o jogador mais eficiente da liga e recebeu 120 dos 121 votos possíveis para MVP da temporada – feito obtido apenas por Shaquille O’Neal em 1999-2000 (nunca o vencedor foi eleito de forma unânime).

“Nos últimos 46 anos, tive a oportunidade de ver alguns grandes jogadores. Na minha humilde opinião, acredito que este homem aqui é o melhor de todos eles”, comentou Pat Riley, atual gerente geral do Heat, que já comandou lendas como Magic Johnson, Kareem Abdul-Jabbar e Shaquille O’Neal em seus tempos de treinador.

O bom desempenho fez com que o astro assumisse o controle do Heat, que deixou de ser o ‘time do Wade’ e se tornou ‘a equipe de LeBron’. O camisa 6 supera o companheiro em praticamente todas as estatísticas nesta temporada, além de assumir a tarefa de conduzir a franquia nos momentos decisivos.

“Deus deu a ele a capacidade de ser um jogador muito, muito especial”, afirmou Wade, contente com a função de ‘coadjuvante de luxo’ no Heat.

Diante de tamanha dominância, será possível LeBron superar os números obtidos por Michael Jordan, considerado o maior jogador da história? Esta é a pergunta que tem movimentado debates acalorados na imprensa esportiva dos Estados Unidos.

A polêmica ganhou força no último mês com o ex-jogador Alonzo Mourning, que declarou ter ouvido de Scottie Pippen, ex-companheiro de Jordan, que LeBron “chutaria o traseiro” do lendário camisa 23 em um confronto direto.

“Ambos são grandes jogadores e foram incríveis em suas eras. LeBron é o melhor atleta hoje e provavelmente seria melhor que Michael Jordan. Ele é maior, mais rápido e mais forte”, defendeu o ex-jogador Isiah Thomas, ídolo do Detroit Pistons.

“Se MJ e LeBron jogassem um contra um 10 vezes, MJ ganharia todas as 10”, discordou Magic Johnson, lendário ex-jogador do Los Angeles Lakers.

Sem disputar o basquete universitário, LeBron conquistou seu primeiro título um ano mais jovem que Jordan, mas precisou de nove temporadas para atingir o feito, contra sete do lendário jogador, cinco vezes eleito MVP da temporada regular e seis vezes das finais da NBA.

Durante o último Jogo das Estrelas, Jordan foi questionado sobre quem seria o melhor jogador da NBA na atualidade e gerou polêmica ao preferir Kobe Bryant a LeBron pelo número de títulos. “Anéis de campeão não definem a carreira de alguém. Se fosse assim, eu diria que escolheria Bill Russell antes de Jordan”, rebateu o astro do Heat.

Sempre fugindo de comparações, LeBron ainda está longe de alcançar os recordes de Jordan, que reinou absoluto na NBA na década de 90. Para superar o ídolo do Chicago Bulls, terá que manter o alto nível de atuações por pelo menos mais cinco anos. A diferença de títulos, porém, pode começar a diminuir nesta quinta-feira.