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No "jeitinho", San Antonio vence em Miami e sai na frente nas finais da NBA

Do UOL, em São Paulo

07/06/2013 00h37

As finais da NBA começaram em ritmo acelerado. E essa não é uma simples frase de efeito para manter os leitores por aqui. Nesta quinta-feira, logo no primeiro lance de Miami Heat x San Antonio Spurs, o pivô Tim Duncan, do time do Texas, tentou um arremesso. Errou. LeBron James, pela equipe da Florida, saiu correndo com a bola. Passou para Dwyane Wade, que enterrou – mostrando uma mobilidade que não era vista há tempos pelo Heat. Quem assistiu só ao primeiro tempo do jogo, achou que o primeiro jogo das finais seria um passeio físico do Miami. Mas foi bem diferente.

A pouco mais de cinco segundos do fim do último quarto, Tony Parker fez a jogada que definiu o jogo. Marcado por LeBron James, o armador francês quase perdeu a bola duas vezes. Conseguiu superar o rival, subiu para o arremesso torto, no estouro da posse de bola. A cesta colocou os Spurs quatro pontos na frente, garantindo o placar final de 92 a 88 – e o 1 a 0 para o time do Texas na série melhor de sete.

O contra-ataque rápido, na força de James e Dwayne Wade, como no primeiro lance descrito, foi realmente a tônica do jogo. Mas enquanto o Miami corria e usava a força bruta para abrir vantagem até o meio do quarto período, o San Antonio foi “no jeitinho”. Controlou o jogo, não deixou o rival se afastar. E deu o bote quando o jogo estava sendo decidido. No meio do último quarto, passou à frente pela primeira vez desde os primeiros 12 minutos. E mostrou que a experiência pode será um fator importante na decisão do título.

Chave do jogo: tamanho do San Antonio não importou muito

Quando o Indiana Pacers complicou a final do Leste, todos achavam que o San Antonio poderia impor ao Heat os mesmo desafios. No papel, até poderia ser. Roy Hibbert e David West são uma dupla superior a Tim Duncan e Tiago Splitter (no momento atual), mas as torres dos Spurs são, realmente, grandes e fortes o suficiente para que isso acontecesse. O detalhe, porém, é que o técnico Greg Poppovich não usa os dois juntos por tanto tempo. O “small-ball”, em que o time usa só um deles em quadra, é a escolha mais frequente. Por isso, no início do jogo, não foi muito difícil para o Miami forçar os Spurs a optarem por uma formação com apenas Duncan em quadra.

E não foi um desastre. É verdade que, com Wade inspirado e LeBron sendo o jogador que ele sempre é, o Heat foi rápido em forçar os Spurs a jogar com só um de seus pivôs. No primeiro tempo, inclusive, Miami fez 8 a 0 em pontos de fast-breaks, os contra-ataques. Mesmo assim, o campeão do Oeste se manteve próximo do placar sempre, mostrando que o equilíbrio será a marca da final. No último quarto, apertou a marcação. Forçou tantos erros do Heat em 12 minutos quanto nos 36 anteriores. E venceu o jogo.

BLOG VINTE UM: OPINIÃO SOBRE O PRIMEIRO JOGO DAS FINAIS

  • Geralmente é o talento dos jogadores que define tudo em quadra. Mas ajuda ter um bom plano de jogo. O que o San Antonio Spurs fez, então? Tomou conta da bola como se fosse o bem mais valioso em todo o ginásio, em toda a Flórida.Leia mais.

O melhor: Tony Parker e seu fator decisivo

  • Mike Segar/Reuters

Na NBA em que todos os times têm um Big Three, os trios de estrelas dos dois finalistas não estavam brilhando tanto nas últimas partidas. LeBron James até que tentou nesta quinta. Muito mais coletivo do que de costume, ele fez questão de inserir Wade (17 pontos) e Chris Bosh (13 pontos) no jogo – até o início do último quarto, aliás, a dupla tinha arremessado mais vezes do que o ala. O resultado foi que ele terminou com um triple double (18 pontos, 18 rebotes e 10 assistências), seu terceiro nas Finais da NBA (segundo na história, atrás apenas dos oito de Magic Johnson).

Mesmo assim, não foi suficiente para parar Parker e seus companheiros. Tim Duncan fez o que ele sempre faz, com 20 pontos e 14 rebotes. Manu Ginobili, que só teve um jogo de destaque na série contrao Memphis, fez 13 pontos – mas ainda assim foi importante. Mas bonito mesmo de ver foi o rendimento de Tony Parker no último quarto. De seus 21 pontos, fez 10 nos últimos 12 minutos. Incluindo o chute que definiu a partida - sem contar o bônus: a decisão sobre a validade do arremesso de Parker deve durar muito ainda, com a bola saindo da mão do jogador no exato momento em que o tempo de posse de bola estourou. Pela TV, só uma câmera mostrou a validade, ainda assim na análise quadro a quadro.

O pior: o que aconteceu com o Miami no último quarto?

  • Lynne Sladky/AP

Esse dado já foi ressaltado no texto, mas é bom relembrar. Nos três primeiros quartos, o Miami cometeu só quatro turnovers (desperdícios de posse de bola). No último quarto, foram os mesmo quatro. Não é de se espantar, então, que o Big Three do Miami tenha terminado os últimos 12 minutos com só oito pontos somados (seis para LeBron, dois para Bosh e nenhum para Wade, o destaque do primeiro tempo).

Foco em Splitter: qual sua função?

  • Lynne Sladky/AP

Lá em cima, já foi dito: a batalha entre Heat e Spurs não será de grandes contra pequenos. Com isso, a função do brasileiro na série não deve ser tão relevante quanto os especialistas brasileiros esperavam. Nesta noite, ele atuou por 24 minutos e fez sete pontos. Nas estatísticas, foi só isso. Mas esteve longe de ser só isso.

Quando foi exigido, o brasileiro foi bem no ataque. Seu aproveitamento foi de 50% dos arremessos de quadra, mas com apenas seis tentativas. Na defesa, foi bem quando não caiu em seu colo tentar parar LeBron James (o texto que o blog Vinte Um fez sobre o assunto, mesmo tendo sido postado antes do primeiro jogo, ainda vale: Quais os desafios que aguardam Tiago Splitter nas finais contra o Miami Heat?).